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Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

Poema: "Palíndromo" - Erivelto Reis

PALÍNDROMO
Erivelto Reis

Para a Gloria Regina de agora num futuro tão, tão distante...

Que estes versos jamais foram tristes...
Que são versos de felicidade.
Que são versos de gratidão.

Os tempos dirão do que fomos
Quando estivemos juntos.
Ah, sim, falarão...
Testemunhas
Inventarão lendas, hinos,
Frases que nunca dissemos,
Origamis do destino,
Que se encaixarão
Na linda história de amor que vivemos.
Nossos netos terão nossas fotos
Em velhos porta-retratos empoeirados.
Ou nossos filhos levarão
Nossas iniciais em cordões,
Em seus corações, em seus traços, gestos e
Em suas mentes.
Orvalharão saudade...
Recordarão
A chuva de que você tanto gostava
Quando caia serena.
Seu sorriso doce e seus trejeitos mais ainda.
O vento soprará meu nome,
Que junto do seu fará maior sentido...
E só assim deverá ser lembrado.
Ah, dirão do que fomos...
Do que fizemos com o amor que ganhamos!
Sim, dirão...
E nossas mãos repousarão entrelaçadas
No etéreo esvair da aurora,
No cair da tarde de um eterno agora.
E de nenhuma noite
Brotará mais brilho que de seus olhos.
(Pra dizer de amor nenhuma palavra é tão hábil),
Mas o que sinto me move para o leve toque do seu lábio.
Não é lábia:
É uma paz que recomeça e nunca acaba.
Ah,
Sim...
Dirão do que fomos:
Amados, amantes...
Tanto quanto nenhuns outros
Antes.