Raminho
Para as minhas alunas
Erivelto Reis
Era só um raminho
Quando a conheci.
Mas cada árvore já comporta dentro de si
A vastidão frondosa dos tempos
Que testemunhará...
E a sina de ser abrigo, ar,
Fruto, guardar o solo, proteger, alimentar
E transcender o tempo que lhe couber.
Era só um raminho quando a conheci,
Mas era sua natureza
Ser plena e incansável na busca
Por conquistar o seu espaço,
Ocupar clareiras e preencher com amor
E sensibilidade as lacunas do conhecimento.
Era uma flora inteira, uma fauna inteira
De pássaros, (alunos e alunas) e outros seres alados
Que por ela eram atraídos,
(Como as histórias e as personagens da Literatura!),
No habitat natural da Arte e das Letras...
Mas era só um raminho
Quando a conheci.
Era rara, era cara e continua sempre.
Já era alta e imponente
...Talvez, só parecera um raminho...
Alguma forma alguma que adequasse
Delicadeza e força.
E isso não é de agora...
Era só um raminho
Pequena parte de uma grande árvore
E de notável professora.
Bebeu a sede dos rios que desbravou
Pra se tornar quem é e quem sempre fora.