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Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

sexta-feira, 27 de julho de 2018

Poema: "Raminho", de Erivelto Reis


Raminho
Para as minhas alunas
Erivelto Reis

Era só um raminho
Quando a conheci.
Mas cada árvore já comporta dentro de si
A vastidão frondosa dos tempos
Que testemunhará...
E a sina de ser abrigo, ar,
Fruto, guardar o solo, proteger, alimentar
E transcender o tempo que lhe couber.
Era só um raminho quando a conheci,
Mas era sua natureza
Ser plena e incansável na busca
Por conquistar o seu espaço,
Ocupar clareiras e preencher com amor
E sensibilidade as lacunas do conhecimento.
Era uma flora inteira, uma fauna inteira
De pássaros, (alunos e alunas) e outros seres alados
Que por ela eram atraídos,
(Como as histórias e as personagens da Literatura!),
No habitat natural da Arte e das Letras...
Mas era só um raminho
Quando a conheci.
Era rara, era cara e continua sempre.
Já era alta e imponente
...Talvez, só parecera um raminho...
Alguma forma alguma que adequasse
Delicadeza e força.
E isso não é de agora...
Era só um raminho
Pequena parte de uma grande árvore
E de notável professora.
Bebeu a sede dos rios que desbravou
Pra se tornar quem é e quem sempre fora.

terça-feira, 24 de julho de 2018

Poema: "Aprendizado...", de Erivelto Reis


Aprendizado...
Erivelto Reis

Não ensinei aos meus filhos
A falta que meu pai faria.
Não foi por maldade,
(Meu Deus, quanta saudade!),
Inexperiência ou simples apatia...
É porque, de fato, isso eu não sabia.
Ele estava ali, tão perto, à vista,
Pra tudo que eu precisasse,
Ainda que eu nem pedisse.
Todas as tardes de domingo,
Todo sábado, a partir do meio-dia...
(Tinha alegria em me encontrar, em conversar comigo!).
Não ensinei aos meus filhos
A falta que meu pai fazia...
E hoje ensino, com minha tristeza infinita,
Meu olhar perdido, toda hora,
Todo dia...

Poema: "Rosário", de Erivelto Reis


Rosário
Erivelto Reis
Para Você com especial gratidão

Nenhuma força humana para o bem e a justiça
Foi sentida
Que antes não fosse delicadeza e candura
É assim a noite dos sonhos
É assim na alma das formas
Tudo que é sentimento, luz e esperança
Projeta sobre e a partir dos objetos sombras
Mas é assim que alma transborda,
É assim que o mundo se transforma.
Nenhuma força humana para o bem e a justiça
Foi sentida
Que antes não fosse delicadeza e candura.

segunda-feira, 16 de julho de 2018

Poema: "Arautos", de Erivelto Reis


Arautos
Erivelto Reis

Eu precisava agradecer a todos e todas vocês:

Até que todas as diferenças entre nós
Não valham o caminho que a lágrima
Abre na estrada de nosso rosto
Arando nossas emoções
Irrigando-as de esperanças
Quem nem sempre germinam
Na estação que queremos.
Até que nenhuma semelhança
Insensibilize-nos
Até que toda a convergência
Permita-nos abrir espaço
Para a liberdade
E signifique respeito
E não, poder.
Até que seu gesto me alcance
Sua poesia me acalente
Até que a gente sinta como gente
Como espelho do que o outro sente
Até que sejamos irmãos:
Arautos da melodia da paz
 Agricultores de abençoada semente.

sexta-feira, 6 de julho de 2018

Poema: "Resta-UM", Erivelto Reis


Resta-UM
Erivelto Reis

No fundo de seu íntimo,
À boca pequena,
Em grupos restritos
De afinidades virtuais muito ou pouco
Éticas,
Explicitamente, em redes (anti) ultrajantessociais,
Talvez alguém já tenha desdenhado,
Ironizado ou ridicularizado
O seu professor ou professora.
Desvalorizado a sua capacidade de organização.
Colocado em xeque os seus conhecimentos
E seu comprometimento,
Esquecendo-se, talvez, do quanto
Esse professor ou essa professora lhe tenha ajudado,
Ou que jamais lhe tenha atrapalhado.
O motivo pouco importa:
Por causa de uma nota, de uma questão,
De uma abordagem abrupta, de um texto virtual mal formulado,
Por seu jeito de olhar ou de ficar em silêncio,
Por sua reação à falta de disciplina, leitura, pontualidade...
Por sua correria que elege prioridades para tentar atender e solucionar
As dificuldades inconfessáveis de colegas seus
Aos quais, muitas vezes, se junta para ironizar ou desmerecer
Àquele ou aquela que por você se preocupa tanto...
Ou, simplesmente, supôs que, por ser professor ou professora,
Ele ou ela seria uma máquina, um seu/sua serviçal...
Se jamais agiu assim,
Santo seja, homem ou mulher de dignidade e caráter admirável!
Se agiu e se arrependeu imediatamente ou com a experiência da vida em quebra-cabeças
E resta-um, orgulhe-se de ter aprendido uma nova lição.
Se age assim sendo você um futuro professor, ou professora,
Meu colega de profissão...
Sinto tristeza e medo
Pelo que você será capaz de fazer aos seus alunos
Por sabê-los indefesos diante
Da avalanche que soterra sonhos
E afasta amigos
Que deveriam relacionar-se com as mãos dadas
Com os corações limpos.

segunda-feira, 2 de julho de 2018

Poema: "Tédio", de Erivelto Reis


Tédio
Erivelto Reis
Para Gustavo Ferreira
Dormindo à custa de
Álcool,
     Poesia,
          E remédio...