México
Erivelto Reis
É o muro pro México,
É o muro entre os trabalhadores e suas aposentadorias,
É a prisão sem provas,
A justiça com prepotência,
A truculência da omissão e da violência...
São os que querem mandar em professores, sendo
professores, sem dialogar com eles e elas e valorizar seu trabalho,
Os que nunca foram professores e acham que sabem
tudo...
São os alunos, futuros professores e trabalhadores,
respeitando a educação da boca pra fora,
As promessas que não se cumprem,
E os juros que pago ao banco, sobre aquilo que não
recebo.
É o preconceito, é a intolerância
Que os bons sofrem em sua errância...
São pesquisadores sem disciplina, respeito por outros
pesquisadores, e sem condições de fazer o seu próprio trabalho,
São ícones abandonando sua própria biografia por
conveniências,
São leitores que não leem,
É o subterfúgio e a semântica contra o trabalhador,
Sou eu, como um velho do restelo, desde novo,
reclamando da vã cobiça dos que anseiam pela hora de mandar,
São os salários não pagos,
A superlotação das turmas, a falta de condições de
trabalho,
O medo do desemprego e de nunca receber,
É o ego inflado das aparências.
A intransigência dos patrões,
A desculpa dos governos,
Os jeitinhos que marginalizam a ética
É o muro pro México,
Todos os problemas de novo,
Todo dia um problema novo,
E a falta de nexo.