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Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

sexta-feira, 2 de agosto de 2024

Poema: "Todas as noites em 67", de Erivelto Reis

 Todas as noites em 67

Erivelto Reis
Para Cícero César e Renato Terra
Há dias em que a sala de aula é um festival da canção...
E o professor é um Sérgio Ricardo
Partindo em dois um violão.
Há medo, desprezo
E intimidação por todos os lados,
Em toda parte.
Se não viralizar no Tiktok,
Então não pode ser verdade.
Se for remotamente
Parecido com ciência,
Então não espere
Que eles tenham paciência.
"Eu vou por entre fotos e nomes".
E nenhuma canção nos consola.
Lá no coração da vaia,
Lá no fio da navalha
Do festival da canção da escola.

Poema: "Labor", de Erivelto Reis

 Labor

Erivelto Reis
Eu quero contar outra história
Quero contar uma fábula
De animais humanos
Mais humanos
Que os de LaFontaine.
Eu gostaria que aqueles
Para os quais trabalho se vissem
Com os olhos e os motivos
Com e porque os admiro:
Por seu brilho, por seu potencial...
Porque acredito que poderão mudar o mundo.
Eu quero contar aos amigos
Que é tempo de romper
Com o que está ultrapassado...
A dor, os traumas do passado!
Os velhos esquemas
De vaidade e de poder...
Eu quero contar uma história
Em que o menino e a menina pobres
Não sejam subalternos,
Oprimidos e explorados por ninguém.
Não se escondam por detrás
De silêncios e da aspereza rude
Das palavras de ataque-defesa.
Eu quero contar uma história
Em que meu protagonismo
Seja de coadjuvante...
Sem propósito de fazer discípulos,
Seguidores ou afins.
Gostaria de coisas que sei que posso,
Mas que não posso o tempo todo,
Que não posso fazer por todo mundo,
Que não posso fazer sozinho
E para as quais nem todos
Terão sensibilidade, paciência
Ou verão finalidade.
Quero contar uma história
Em que, às portas do paraíso
Da plenitude da liberdade,
A credencial seja a amizade
E para entrar não seja necessário
Usar nenhuma chave
Além da Educação, além da arte...
Além da boa-vontade.