Vou
Erivelto Reis
O pássaro abatido em pleno voo
Sente saudade da nuvem
Que é feita de chuva e traços de animais.
O pássaro cai...
O que dói não é a queda,
São os segundos que antecedem a tragédia.
Cercados de incrédula curiosidade,
Os outros apenas observam o tombo:
Jaz secreto alívio
Por não ser o alvo.
O amor desencontrado
Também declina,
A vida ensina:
Ninguém consegue estar a salvo.
Pouco depois,
Talvez haja chance de um novo voo.
Poucos reflexos,
Medo e um ruflar desajeitado
De dar pena.
O Amor há que sustente as asas,
Sinas de quem quer voar...
Amor é bicho, feito nuvem, de só existir no ar.
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