HERANÇA
Erivelto Reis
Para Gloria Regina
Nunca amamos tanto quanto na noite em que nos perdemos!
Amanhecia quando nos despedimos do tempo...
Hora empenadas, emperradas em ânsias e gozos
Que jamais herdaram marcas, tons e sabores.
Nunca amamos tanto quanto aquela noite...
Vastos de trilhar esconderijos,
Castos de olhar montanhas,
Horizonte surge, voo de alvorada.
Nunca ardemos tanto quanto as febres
Incuráveis de mãos tão macias, toques sensuais.
Nunca é muito tempo pra quem
Quer sempre mais.
Agora não dá para olhar pra trás:
Nem sei quem eu era antes de você,
Nem sei se eu era antes de você...
Que noite aquela!
Nunca amamos tanto quanto aquela noite...
Sempre houve busca,
Sempre houve entrega.
Vento na janela,
Espelhos embaçados:
Amor é caneta de escrever passados,
Amor é lembrança de projetar futuros.
Nunca amamos tanto, suor, sons de sussurros...
Silêncio e aconchego!
Nunca amamos tanto,
Sempre amamos mesmo.
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