A Traça
Erivelto Reis
A traça tem um troço,
Um treco,
Uma trapaça que atrapalha:
Devora os livros,
Não sabe nada!
Os transforma em buraco,
Fungo, mofo, migalha.
A traça se atraca com a palavra
Que ignora.
Agora,
Há que se dizer, não para.
Não importa o preço!
Por um triz, não a esmigalho,
Amasso e me vingo do mal
Que constato e do qual padeço:
Outro estrago nas obras por
Que tenho apreço.
A traça tenta de novo,
Desta vez, outro livro, –
Seu sustento é sua sina...
Criatura miserável:
Viver entre os livros
E morrer à míngua.
Nenhum comentário:
Postar um comentário