Retórica
Erivelto Reis
Pelas costas das mãos,
(Não pelas linhas das palmas!),
Vejo o reflexo do tempo que passou em mim.
As ruas, rusgas, fugas, rugas,
Calçadas, avenidas e estradas de que me esqueci.
Morava em mim
A Esperança, que estava trancada
Na caixa que fora de Pandora.
Não sei o que fazer agora
Sozinho, sem retórica,
Com todos os males pelo mundo afora.
Nenhum poema épico
Jamais desafiou os mitos:
Antes, fez a propaganda
Das coisas que teriam feito...
Difícil fazer poesia com o sabor das coisas que sinto: –
Se não há humano sem esperança,
Não haverá deuses sem defeito no Olimpo.
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