Onde é que há?
Erivelto Reis
Arre!
Senhores do mundo,
Fraudes de si mesmos,
O antídoto pra vossa ilusão
É o sofrimento de outros?
Aplaquem vossa ira,
Vossa insanidade,
A fúria com que mandam,
O descontrole com que exigem,
A insolência com que ordenam,
O despudor com que desrespeitam...
Arre!
Senhores do que chamam mundo,
Vossos desmandos autoritários,
Vossos desastres ambientais,
Administrativos e comunicacionais,
Têm gerado guerras, queixas, vácuos,
Hiatos, abismos, barreiras, desbarragens,
Impostos, opressores e impostores...
Têm secado rios,
Ensinado as usuras morais que sequestram a ética...
Disseminado as ofensas silenciosas
Da desfaçatez com que desprezam
Qualquer ser, supostamente, pior
Que seus desparâmetros.
Arre!
Sejam humildes:
Perguntem, partilhem, renunciem...
Respondam pelos desertos que semeiam.
Arre!
“Onde é que há gente no mundo?”
Bradava o bardo, clamando, evocando
Valores ausentes.
Arre!
Estou farto de pseudosemisubgentes...
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