Convenções
Não me julgues
Pela aparência,
Que todos sabem,
É ilusão fugaz!
E os elogios
Que me fazes agora,
Já foram feitos
A muitos outros mais.
Não me releves a palavra
Amena,
Que a ti pareça
Bela e trivial...
A elegância da minha
Discordância
Pode caber numa frase banal.
E a ti eu quero prevenir:
Não te apresentes
Tal e qual “estrela”,
Pois o orgulho
Pode te iludir!
Já que o brilho
Da verdadeira estrela
Que vês no céu,
Há muito tempo
Deixou de existir.
Sem Rima
Agora chega,
Não vou mais rimar pra você!
Não serei mais o apaixonado
- Sonhador incompleto -
Que vive sonhando
Em viver ao seu lado.
Deixarei de olhá-la,
Ainda que me custe
A dor de uma paixão.
Deixarei de falar com você,
Ainda que meu coração
Fale mais alto...
E apesar de tudo,
Meu amor, eu lhe juro
Que nada mais neste mundo,
Vai me fazer rimar pra você.
Seguirei sem rumo,
Apesar de conviver com você.
Passarei noites em claro,
Apesar de sua doce lembrança.
Mas amor, eu lhe juro
Que não há nada mais
Neste mundo,
Que vá me fazer rimar
Pra você.
A minha louca decisão,
Nem você pode entender.
Mas eu sinto que ela
Pode impedir
Que eu continue a sofrer.
Porque você é o meu amor...
Você é a luz que me ilumina!
Por isto, eu lhe peço,
Neste último momento,
Me deixe quebrar o juramento
E me despedir com uma rima!
O Delírio de Um Poeta
Por onde passei, ouvi mágoas.
Transformei-as: Belas!
Embora, muitas delas
Eu não pudesse compreender.
Por onde passei, ouvi gritos.
Histéricos, ridículos...
Que então, trouxeram
Aos meus sentidos,
A agonia de viver!
Por onde passei, deixei marcas,
Aos poucos, ofuscadas
Pela brilhante luz dos tempos!
Fui muito longe...
Estive em quase todos os lugares,
Em quase todos os momentos.
Fui a lágrima de um palhaço...
Do fim, fui eu o adeus!
Do lutador, fui o cansaço.
Do espelho, fui a imagem.
Do amor, fui a paixão.
Do amigo, o inimigo...
Do corpo, o coração!
Da vida, eu fui a morte.
Dos maus, eu fui o bem.
Do passado eu fui presente.
Do azar, eu fui a sorte.
E da ausência, eu fui ninguém...
Da noite, eu fui o medo.
Dos olhos, fui a retina.
Do ódio, eu fui o perdão...
Das drogas, fui cocaína!
Por onde passei,
Eu vi moças
Alegres e soltas,
Que de tão fúteis,
Sequer descobriram
A dor de não ter como ser!
Eu sempre segui meu caminho
Pisando em espinhos...
Vago à sombra da luz
Sem ter ninguém
Para me acompanhar,
Nem retirar as duras pedras
Da estrada...
Sei que vou morrer,
Por isso eu quero lhe dizer,
Que tentando ser tudo na vida...
(Hoje eu sei!)
Eu não fui nada pra você.
Pra Quem Acredita...
Se alguém notar
Que alguém me segue...
Me avise agora!
– Logo... –
Não antes,
Nem depois!
Não me importo em saber
Onde está o lado de lá...
Quem está vivo,
Quem morreu,
Quem nascerá!
Porque,
Se agora estou aqui
Neste mundo,
Minha hora chegará!
E as almas que ignoramos,
Ou as que se escondem,
Irão voltar
Pra falar de coisas tão fáceis
E tão difíceis de aceitar,
Já que a sombra que me persegue,
É a extensão da minha alma.
Só que você não percebe.
Utopia
O que é pra ser,
Será sempre.
Não importa o tempo
Que durar.
Um minuto pode ser
Guardado eternamente...
Uma vida em branco,
Pode em prantos se acabar.
Sendo um trabalhador,
A mente pode voar.
Sendo um sonhador,
O mundo pode mudar.
Sendo criatura,
Confunde-se
E torna-se
Criador de sentimentos
Que mexem com toda a gente...
Sendo planta,
Desabrocha como flor!
Eis sua missão:
Sendo pássaro,
Espalhe as sementes.
Sendo criança,
Semeie o amor.
O Delírio De Um Poeta
II
Agora a solidão anda comigo!
A dor é bem mais forte
E eu não ligo!
A paz, que eu perdi,
Me bate à porta
Implorando para entrar...
Eu finjo não escutar.
Agora,
O seu adeus não me interessa!
As lágrimas,
São motivos para festas...
Percebo
Que toda aquela velha angústia,
Me faz dormir,
Mesmo sem sentir...
Agora,
Que eu fiquei aqui sozinho,
Eu percebi
Que não preciso de carinho!
Agora,
Não estranho,
Nem estrago
Os meus ideais...
Quais?!
Agora,
Eu já não choro
Quando vem o entardecer
E eu me descubro
Sem você!
E assim o tempo
Vai passando
E nem tudo
O que eu tento lembrar
Eu consigo!
Perdi o juízo
E quero me enganar...
O que será possível,
Se este
Último delírio
Vier me matar?!
Eu Não Tenho
Eu não tenho filhos
Eu não tenho fome
Eu não tenho nome
Não tenho ninguém!
Eu não tenho sorte
Também não sou forte
Eu não tenho fibra
Eu não sou de Libra...
E minha alma grita
Pelo dom que não tem!
Não tenho um passado
Nem um ás guardado
Nem um par formado
Eu não tenho sonhos...
Também
Não tenho sono
Só o desespero
Quando a noite vem!
Eu não tenho beleza
Também
Não tenho certeza...
E não tenho nada
Para lhe falar!
Eu não sei fingir
Também
Não vou mentir...
Porque tudo o que sinto
É tudo o que há.
Eu Quero Tudo
Eu não vou dizer
Que só quero o seu amor.
Eu quero tudo...
Eu quero o máximo
Que você puder me oferecer!
Eu quero que seja
Só seu o meu mundo...
Eu posso esperar
Mas quando começar
Meu amor
Vou querer tudo!
Eu quero o seu olhar
O seu jeito de falar
Eu quero a sua boca...
A sua voz bem rouca
Num papo informal
Sob o calor do lençol!
Amo você loucamente
Deixarei gravadas
No corpo e na mente
As coisas que nós sentimos!
Eu quero que seja
Só meu o seu mundo...
Eu posso esperar
Mas quando começar
Meu amor
Vou querer tudo!
Lua Triste
Linda, há pouco tempo
Nos conhecemos.
Um sonho de amor
Nós vivemos
E você quer me dizer adeus.
Linda, louco estou.
Depois que você se afastou,
A minha lua ficou triste.
Se você está distante,
A pobre lua é minguante...
Se você está ausente,
A saudade no meu quarto
É crescente...
Infeliz do homem apaixonado...
– Um lunático! –
Que, na lua nova,
Novamente está só.
E a lua cheia que o inspira,
E à vazante da maré,
Não inspira à sua amada,
Já que a lua é culpada
Da tristeza e do martírio...
A vingança é que seu brilho
É bem menor que o fascínio
Que há nos olhos da mulher!
Amor Verdadeiro
O amor verdadeiro
Não permanece estável
Estático
Intocável
Imutável
Invulnerável...
Ele bate
Ele sofre
Ele grita
Ele ri
Ele chora
Emociona
Afasta
Afaga...
Ele é a saga
De dois seres
No nó
De uma alma só!
Nós dois
– Eu e você. –
Quanto Vale
Quanto vale a tua felicidade?
O que é preciso pra te ver feliz?
Quanto custa a chuva
Que molha o teu rosto?
O pranto
– Fruto do teu desgosto –
A certeza de estar “por um triz”.
Quanto vale a tua felicidade?
O que é preciso pra te ver feliz?
O chão onde pisas, valerá quanto?
A natureza, a beleza,
O céu, o mar,
O vento aos quatro cantos...
O sorriso de quem se quer bem,
Ou as palavras sinceras
Que um amigo te diz?
Quanto vale a tua felicidade?
O que é preciso pra te ver feliz?
O sol da manhã,
Que faz reluzir o orvalho na relva...
A força do teu braço,
Ou os teus pés descalços,
Brincando na areia
De uma praia deserta...
A tua porta entreaberta,
Esperando a volta
De alguém que se quis...
Quanto vale a tua felicidade?
O que é que te falta
Para ser feliz?
Quanto vale a fé que possuis?
O sangue em tuas veias,
A tua ilusão, a voz,
O ar nos pulmões,
As tuas emoções e o teu coração?...
Quanto custa a tua solidão?
Quanto vale a tua felicidade?
O que ainda esperas
Para ser feliz?
A arte, a Poesia, a pintura...
A música, toda a cultura!
O talento e o sucesso,
O bom e o perverso,
Cada estrofe, cada verso,
E a sensação de ser um professor
(E, ao mesmo tempo, aprendiz...)
A dor, a tristeza e a saudade.
Quanto vale a tua felicidade?
O que ainda é preciso
Pra te ver feliz?
Casa Vazia
Casa vazia, vida vazia,
Sem alma, sem calma...
Poeira no corredor
Sufoca o peito apertado.
Coração bate sem compasso
Quando falta amor!
Portas que não se abrem,
Me lembram do que você dizia...
E a casa continua vazia...
Paredes nuas e frias,
Sem quadros, sem alegrias.
Não ouço ecos de passos,
Pois não há ninguém!
O teto feito de esperanças.
O piso feito de lembranças.
Passado e presente
Se misturam quando chove...
Casa vazia, vida vazia.
Nas janelas escancaradas,
Há um grito de saudade!
Vento gelado de solidão
Que invade o porão
Dos sonhos não realizados.
Casa vazia, vida vazia.
No jardim,
As flores sem perfume,
Têm espinhos de segredos
E pétalas de ciúme!
Esperam alguém
Que as colha e perdoe
Enquanto estão magoadas.
Emoções abandonadas...
São tijolos amontoados,
Que não construíram nada!
Pedaços de Nada
Pedaços de nada
Jogados na estrada.
Sobras de sombras
Deixadas às frestas de luz.
Montes e destroços
De emoções e remorsos...
Lágrimas e gritos
Que ninguém jamais viu
Nem ouviu!
Pedaços de nada
Jogados na estrada.
Taças de um passado
Bebido, embriagado!
Garrafas de um nó,
Que só a solidão
Sabe dar...
Sentado num bar
Sem ninguém pra falar,
Dos pedaços de mim
Que ainda estão
Com você.
Pedaços de nada
Jogados na estrada.
É assim que me sinto
Esperando você...
Pedaços de nada
Jogados na estrada.
Que as pessoas reparam,
Para, em seguida,
Esquecerem!
Sinto falta de tudo
O que hoje,
É só dor...
Sou um pedaço de nada,
Humilhado,
Implorando
Um punhado de amor,
Para me lembrar
De quem sou!
O Delírio de Um Poeta
III
Na vida pela qual passei,
Tive que suportar
Humilhações, frustrações
E agressões
Ao meu pobre coração!
Na vida pela qual passei,
O sofrimento esteve presente
Em cada amanhecer.
E as lágrimas
Passavam comigo as noites,
Me falando da dor
Que eu experimentava,
Esperando alguém
Que nunca voltava!
E hoje estou aqui.
Estou louco,
Esquecido...
Estou são,
Estou perdido.
Cheio de infelicidades...
Amargo por experiências.
Estou quase liquidado!
Tenho no peito, trancada,
A velha e antiquada ilusão!
Não quero que me tirem daqui,
Pois a esperança que perdi,
Anda de mãos dadas
Com a morte!
Eu quero morrer sozinho.
Tropecei
Em seu caminho
E escorri, como areia,
Em suas mãos!
Eu vou morrer delirando,
Sofrendo horrores...
Lembrando amores
Sufocados em meu coração.
O Que Mata Mais
O que mata mais?
O Fundamentalismo ou
O Capitalismo?
A Ciência ou a Religião?
A Guerra Fria ou
A Guerra Santa?
A mente ou o coração?
O que mata mais?
A verdade ou a Democracia?
A fome ou a revolução?
A violência ou a violação?
O trânsito ou a transação?
A tirania ou a submissão?
O que mata mais?
As “Torres” caindo ou
A Argentina falindo?
A Bomba de Hiroshima ou
A Guerra das Malvinas?
As minas no chão ou a poluição?
O Holocausto ou a Inquisição?
O que mata mais?
É a falta de “Tom”...
A ausência de “Elis”...
Viver sem “Drummond”...
E pensar ser feliz?
Depender do patrão ou
Da meretriz?!
É o presente,
É o passado,
É o futuro...
É o tempo perdido!
É tudo o que pode
Ser consertado.
E que nunca será
Esquecido...
Gente
Cisma e sai
Quase diariamente.
Espera sorrir,
Mesmo que o outro lhe fale,
Mesmo que o mundo se cale!
A vida vai,
Mesmo sem ter sentido.
Tudo o que foi,
Mesmo o que está tão distante,
Era tão lindo.
A dor que você sente,
Pois fala tudo sem mentir...
A dor que você sente,
Quer lhe dizer
Que o que vale no mundo
É o amor.
Fale o que foi,
Dê um sorriso agora,
Chore depois...
Banque o eterno fraterno:
– Comece tudo do zero! –
Pense
No que faz parte
Desse mundo
E quer que você
Viva um amor tão sincero...
E eu não duvido
Que tantos querem o amor
E que a vida dê certo,
São gente comum
E se sentem tão perto!
Gente que vive
Sem nem mesmo um teto,
E encontra na vida
Razão pra lutar!
Ao País do Futuro
Brasil, fulgurante glória,
Um marco na história
Estabelecida,
Lenda descabida.
Toda a tua memória,
Tão contraditória,
Banhada pelo manto,
– Celeste desencanto. –
Espelho de riquezas...
Dunas de incertezas!
És gigante, és forte,
Indigno de tal sorte.
Com teu povo nativo,
500 anos em perigo!
Miscigenado além do esperado.
E se te causo espanto,
Sou menos um quebranto.
Brasil, a terra desbravada...
Cultura aniquilada!
Teu sutil falar: enigma no ar.
Quem viu quão vil nasceste,
Te compreende bem.
Te assume, “Paradisíaca Ilha
Dos prazeres de além-mar”!
Édipo sem pátria,
Em teu solo sou tão pequeno
Que tal qual semente,
O meu querer abafas.
A tua natureza
É toda a tua nobreza.
O teu alvorecer
Não depende de ti,
Que entre milhões e milhões,
És a mais bela entre as nações!
Brasil, o teu destino é assim:
O teu melhor, só quem conhece
É quem te ama ou te explora...
A tua alegria,
Hoje é folia marginal.
Os teus valores e qualidades
São esquecidos
E te descubro
Multinacional!
És, na verdade,
Multirracial!
Os teus heróis,
Poucos conhecem.
Só aparecem
Como enredos
No carnaval!
Globalização
O Mundo
É governado por loucos.
A Rússia
Mata os soldados aos poucos...
Os Jornais
Se ocupam de fatos.
A Riqueza
É propriedade de alguns...
A Igreja
É Instituição Sagrada.
Dinheiro
Não tem Credo nenhum!
A Verdade
É território profano...
O Medo
É um oceano profundo
Meu filho
Dorme e caminha sonâmbulo.
A Família
Hoje em dia, é refém...
A Tecnologia
Escraviza quem não a detém!
Afinal de contas,
Computador não diz amém.
Agora Eu Mando No Meu Coração
Eu tenho errado pouco ultimamente,
Tenho conseguido olhar pra frente,
Sem lembrar do meu passado!
Eu tenho novos rumos pra traçar,
Eu tenho agora um futuro
Onde você não está!
Eu não tenho mais medo
De me olhar no espelho!
Reconheço os meus erros,
Gosto da minha nova imagem!
Troquei toda a angústia
E desespero,
Por meia dúzia de conselhos
E um pouco de coragem!
Agora você vê que eu sou
Bem mais forte!
Que agora eu não dependo
Mais da sorte!
Não temo nem sequer a solidão...
Você, agora, me vê
Como indestrutível...
Estou tornando isso
Bem possível:
Agora eu mando
No meu coração.
O Delírio de Um Poeta
IV
Veja o final dos tempos!
Olhe pra mim, aqui, esquecido.
Saiba que,
Como o ontem é passado,
Eu já fui querido,
Eu já fui amado...
Tive que descobrir tantas coisas
Para encontrar
A minha razão de viver.
Tive que amargar derrotas,
Que ser traído,
Perder apostas...
Mas hoje eu sei:
Que um ator fracassado,
Fica esquecido.
Que um palhaço chorando,
Provoca sorrisos!
Que tudo o que é bom
Um dia tem fim.
Que a imagem do caos
Se reflete em mim.
Sei que quem teme a noite,
Também teme a vida,
Que se alguém fecha as portas,
Não acha as saídas...
Sei que a paixão tem seu tempo,
Mas não tem idade.
Sei, com pesar e tristeza,
Que alegria e beleza
Não são liberdade!
Sei que as moças que vi,
Não me deram a mão.
Que os amigos que tive,
Se chamavam Ilusão!
Hoje não peço que volte,
Alguém que se foi.
E a quem eu não quero,
Que me deixe, se vá...
Hoje, tudo o que eu preciso
É de um inimigo para me escutar!
Bem, esse é o meu fim...
E à morte, agradeço
Pela paz que me deu!
Pobre de mim:
– Um Poeta morrendo...
Tentando ser Deus! –
Prefiro
Prefiro ser mel
Mesmo sendo sal
Prefiro ser bom
Mesmo sendo mau
Prefiro ser eu
Sendo natural
Prefiro viver
Viver e ser leal
Prefiro um ser
Um dom sensorial
Prefiro calar
Que ser imoral
Prefiro conter
Que ser informal
Pretendo ser bom
Ou mau ou como for
Prefiro ser eu
Mesmo não tendo valor
Prefiro ser real
Do que ser artificial.
Morrer
Morrer
É como ir a Niterói
E levar junto
Só o vazio
Morrer
É como se despedir do Rio...
Morrer
É já não ter nenhum amigo
Ninguém
Que nos empreste um livro...
Morrer
É já não ter nenhum amor
Perder um filho
Não colher nenhuma flor...
Morrer é injusto
Último pôr-do-sol...
Fim do percurso
Barco que não volta ao cais...
Morrer
É não viver em paz!
Oi Meu Amor
Oi, meu amor!
Eu tenho tanto
Pra falar pra você.
E certas coisas,
Eu não posso esconder.
E eu espero que você
Sinta o mesmo.
Minha emoção,
Meus sentimentos todos
Quero lhe dar.
O meu amor
E essa energia que há...
Essa é a força
Da nossa união!
Quero dizer sinceramente,
Que eu amo você!
E peço a Deus
Pra Ele proteger
A sua vida
Que pra mim é importante.
Você pra mim
É muito mais
Do que amor e paixão.
É muito mais
Do que amizade e atenção.
Você pra mim
É um presente de Deus.
Saiba que eu,
Na minha vida,
Nunca amei tanto assim!
Me dê um beijo,
Fique junto de mim,
Pois com você
Eu quero sempre viver!
E quando um dia,
Nossa velhice
A gente partilhar...
Aos nossos filhos,
Aos nossos netos,
Sei lá!
Nós mostraremos
O sentido do amor.
E nossa história
Não terá fim,
Porque foi Deus
Quem a escreveu.
Fico feliz
Porque você me escolheu.
Quero tanto você
Que já sou todo seu!
Homem Com Olhar Sincero
Homem com olhar sincero...
Homem de luta e de guerra,
Só quer a paz nesta Terra.
Homem urbano e rural,
Só quer o bem social.
Evitar o êxodo rural,
E a exploração imoral
Do homem que vive escravo,
Distante da terra natal!
Homem que quer liberdade,
Trabalha com honestidade.
Enfrenta, com muita coragem,
A dura realidade.
O amor é a sua verdade!
Respeita, desde um simples mendigo...
Até a mais importante autoridade!
Um Pai, um Irmão, um Avô...
Um ser social – Lutador! –
Um sim ou um não
(Com razão.)
Um Mestre da Emoção,
Um imenso coração,
E um divino mistério nas mãos:
Que é esse maravilhoso dom!
E fala com tanta certeza,
E fala com toda clareza,
E fala com tanta beleza,
Que a morte,
(A maior das tristezas!)
Nos chega com tanta riqueza
E consegue nos confortar.
Não fala pouco nem muito,
Mas fala de qualquer assunto!
Fala de dor e alegria,
Mas fala sem hipocrisia.
Herói, sem medalha ou retina...
Eu vi naquele dia,
Nos olhos daquela menina:
Seu destino é jamais ser esquecido!
E digo sem medo de errar,
E chego a me impressionar,
Quando lembro de autores como você,
Com talento sem igual:
Camões, João Cabral, Drummond,
Tom Jobim, Stanislaw,
Bilac, Castro Alves,
Machado de Assis e
Jaime Caetano Braun!
Poeta, Ator e Amigo...
Poeta e Grande Homem...
Os cabelos grisalhos
E as marcas do tempo na testa.
Você não nasceu para ser só homem,
Você nasceu pra ser Poeta!
O Delírio de Um Poeta
V
Procurei sempre
Contornar o incontornável!
Tornar doce, quão agre fosse.
Possibilitar o impossível...
E enxergar, nas pedras do caminho,
Pelo menos um sorriso seu!
Imaginei, com verossímeis fatos,
Coisas, com detalhes,
Que de fato eu jamais sonhei.
Imaginei ter as respostas
Das perguntas que ninguém me fez.
Acreditava que o sofrimento
Seria a sala de espera
Para a minha vez...
Contei as lágrimas que rolaram,
Decorei quantas estrelas se apagaram!
Contei nos dedos
E cantei com medo,
Belas canções
Que falavam de amor
E não lembravam a dor.
A minha vida foi sempre assim:
Só soube amar
A quem só quis me magoar...
Não enxerguei
Os poucos amores que encontrei!
Não escutei
O que as mentiras me falavam...
Não aprendi
Com as verdades solitárias,
Que nasciam em minha mente
E morriam no meu coração!
Eu já fiz de tudo
Quanto possam imaginar...
Eu aplaudi de pé
As minhas duras quedas.
Eu tive luz
Para encontrar as minhas trevas.
Eu tive medo
De confiar em minhas pernas...
Então, por isso, eu fiquei aqui!
Agora, tudo aquilo é passado,
E eu entendo
Sempre que me dizem não...
Toda a beleza
Me deixa pouco impressionado.
Eu olho em volta
E contemplo a solidão!
Amigo
Sente-se e converse comigo.
Eu estou bem, e você, como vai?
Me diga se alguém o ofendeu,
Se o seu time perdeu
E você nem ligou.
Entre, venha cá, meu amigo!
Que tal um café ou uma água,
O que você bebe comigo?
Invente um assunto pra gente falar.
Dê uma gargalhada pra me encabular...
Não, não se importe com as horas,
A mim me parece, que você chegou agora,
E já, tão depressa, não o deixo sair.
Vamos sorrir, conversar,
Matar a saudade...
É um prazer e uma honra
Recebê-lo aqui.
Bom, foi bom você ter aparecido
Tão feliz e tão contente,
Como tem sido ultimamente...
Pois você não foi embora.
– Sei que a morte é uma transição –
Você está na minha memória...
Você e todas as suas histórias,
Pra sempre no meu coração!...
Mudo
Se não gostam do que eu digo
Eu mudo
Se não entendem o que eu escrevo
Eu mudo
Se meu estilo é confuso
Eu mudo
Se minha rima é muito pobre
Eu mudo
Se me rotulam de Poeta vagabundo
Eu mudo
Mas não desmereça a Poesia!
Deixe que ela cresça
No dia a dia de qualquer um!
Não cometa esse crime
– O crime mais hediondo do mundo –
Pecado de quem se acha o melhor
E quem diria
Por um suposto amor à Poesia
Acaba obrigando o Poeta
A ficar mudo!
Pra Quem Gosta de Você
Pra quem gosta de você,
O certo e o errado
São vice-versa.
Qualquer Soneto,
Qualquer Poesia,
São só conversa!
O sol só se põe de manhã,
E a futilidade
É irmã da vaidade
E da falta do que fazer!
Pra quem gosta de você,
O preço a pagar é sempre alto:
O beijo de amor é gelado,
Qualquer confissão é pecado...
A verdade e a mentira convencem.
A covardia e a coragem
São sempre gestos de uma alma
Em busca de paz,
E por que não,
(Quem sabe?),
de algo mais!
Pra quem gosta de você
E ainda há tantos,
Que sequer
Os conheço...
O céu e o inferno
Têm o mesmo endereço
E viver ou morrer,
É apenas questão de espaço,
Tempo
Ou de sofrimento.
Pra quem gosta de você,
Liberdade não é traição
E insônia é só um processo
De total criação.
A tristeza é algo sensato
E o amor
É um cálculo exato.
É horrível,
Mas preciso dizer:
Pra quem gosta de você,
Qualquer porcaria
É um bom prato!
Mãe
Mãe,
Não pude lhe escrever,
Mesmo com tanta coisa pra dizer.
Mãe,
Se você soubesse o que eu vivi,
Você, no mínimo,
Iria “morrer de rir”...
Olhe mamãe,
Eu estou aqui,
Precisando muito de alguém
Que possa me ajudar.
Que tenha amor
Pra dividir comigo.
Que possa me emprestar
Um ombro amigo.
Eu sei mamãe,
Que se eu lhe obedecesse...
Se o que você tivesse dito,
Eu compreendesse..
Eu até, talvez,
Não me arrependesse!
Olhe mamãe,
Que tudo o que eu quis,
Foi encontrar alguém
Pra me fazer feliz!
Que compreendesse bem
Meu louco coração.
Mas não encontrei ninguém
– Só a ilusão! –
Mãe,
Aqui vou terminando...
A minha lucidez
Já está acabando.
Aconteceu tudo
Como você previu...
Por isso eu imagino,
Que neste exato momento,
Enquanto choro,
Você esteja “sorrindo”...
E eu sinto
Que esta dor que eu sinto...
Eu sinto que esta dor
Que estou sentindo agora...
Pode acabar por acabar comigo!
Ó Mãe!
E Você Pode Até
Encontrar Outro Alguém
Amor, é sério,
Eu lhe disse...
E se você me ouvisse,
Eu não estaria
Lhe dizendo adeus!
Foi bem feito,
Não houve jeito...
Sinceramente,
Até que durou muito.
Mas não chore,
Lágrimas em você
Não ficam bem.
E você pode até
Encontrar outro alguém
Que a ame como eu
A amei, também!
Estou pronto...
Você, triste.
Quer que eu fique
Ao seu lado,
Mas seu coração,
Nada faz!
De repente,
Vem correndo,
Me abraça
E toda a ilusão
Se desfaz,
Ao ouvir minha voz
Sussurrando:
“Agora é tarde demais!”
Você nunca acreditou em mim,
Mas agora percebeu...
Eu não a amo mais!
O amor que existia,
Morreu.
O Delírio de Um Poeta
VI
Hoje eu fui pensando
Em minha vida.
Hoje eu fui buscando
As saídas, que só agora,
Com um pouco mais
De experiência,
Consegui achar.
Pra ser fiel à verdade,
Antes que o meu tempo acabe,
Eu terei de reconhecer:
Não fiz nada de útil,
Vegetei,
Ao invés de viver...
Eu nunca entendi bem,
Por que não me diziam
“Eu te amo”...
mas invento amores,
sofro todo o ano!
Estou delirando
E sei que vou morrer.
Nunca tive outro sentimento,
Que não o desespero.
Nunca, nenhum outro perfume,
Que não o seu cheiro.
Sempre estive acompanhado
Da minha solidão.
Nunca tive liberdade
Para criar minha
Própria prisão.
E morrerei assim:
Sem alguém
Que queira simular,
Sequer uma lágrima
Por mim.
Antes
Antes mesmo de acordar,
Ela já sente.
E acorda e olha a sua volta,
Mas não vê ninguém.
Também – tola ilusão! –
Ele agora está distante,
Em outros braços.
E o embaraço dessa situação,
A faz chorar.
Antes mesmo do primeiro soluço,
O seu primeiro impulso
É não amar nunca mais.
É, no momento, o mais certo,
Embora, com ele perto,
A sua vida
Passe a ter mais sentido.
E se pega sofrendo,
E se encontra mentindo...
Antes mesmo do primeiro suspiro,
E de derrubar os seus livros,
Os presentes e os discos
Que ele havia lhe dado,
Ela – num completo delírio –
Relembra...
Em êxtase contempla
O primeiro beijo
Que ele lhe roubou.
E se encontra sorrindo,
E se entrega sem medo!
E até lhe sente
As pontas dos dedos,
Percorrendo-lhe o esguio corpo
De mulher madura e apaixonada.
E, antes mesmo, que o planeta
Lhe volte aos pés
– Aqueles mesmos! –
Que ele tanto admira
E que o excitam,
Pelo contorno e pela forma...
Ela pensa em esquecê-lo.
Mas já não poderá fazê-lo.
Pois ela já o amava
E esperava por ele...
Antes mesmo, muito antes,
Que viesse a conhecê-lo.
As Fotos
Objetos... abstratos...
Colecione-os
E se torne um “Deus”.
Escolha quem, quando, como,
Onde e para quê?
E só então irá entender.
Detenha toda a beleza,
E quanto mais o tempo passa,
Mais belas – que ironia! –
(Já revelei quem são...),
Elas vão ficando.
Já que elas só desbotam
E não envelhecem.
E se são alegres,
Saudosas se tornam.
E se são tristes,
Impossíveis de esquecê-las.
Obscuras... obscenas...
(Nunca obsoletas...)
Orgulho de escondê-las,
Arrependimento por mostrá-las.
Não falam,
Mas jamais se calam!
Revelam quem somos,
Onde estamos,
E o que fazemos.
E até quando não queremos,
Fazem parte
Da nossa existência.
E nossas experiências
Estão retratadas nelas.
Os fatos...
As fotos!
Contam mil histórias,
Quase sempre verdadeiras.
E quando alguém querido:
Um parente, (um Poeta),
Um amor ou um amigo
Nos deixa...
Uma simples foto,
– Mesmo uma 3x4 –
... Expressa mais vida
que uma vida inteira.
Quem Sou Eu
Sou o nascer do sol
Sou o bem e sou o mal
O açúcar e o sal
Sou o amargo e o azedo
A coragem e o medo
A emoção e a razão
A luz e a escuridão
O não e o sim
O início e o fim...
Sou a porta e o batente
Eu sou bicho e sou gente
O passado e o presente
Sou a flor e a semente
Sou especial
E sou qualquer um...
Sou extraordinário!
Sou caso comum
Sou a prosa e o poema
O verso e a rima
O teatro e o cinema
O solo e o clima
A montanha e a estrada
A planta e a raiz
Sou tudo e sou nada...
Sou este país!
Eu sou concordância
E sou controvérsia
Eu sou a memória
E sou amnésia...
Quem sou eu?
Eu sou substantivo
E o adjetivo...
Eu sou muito
Primitivo!
E você pode
Não entender.
Falhas
A força humilha o fraco
A falha embarga a fala
A farda enverga o “cabra”
O gole afaga a mágoa
O afeto acalma o ego
O filho encanta a alma!
A fuga fere a fé
A fama cheira à trama
A fome infesta a praça
A flor enfeita o tempo
A folha freia o vento
O fogo afronta o frio
A fumaça faz desgraça!
O vício apressa a morte
A faca faz o corte
O fútil vem à tona
A chuva lava a “Lona”!
A lama lota o lar
A fúria faz chorar
O lixo prevalece
O luxo enlouquece
O planeta envelhece...
E a humanidade esquece
Que só o amor permanece!
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