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Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

quinta-feira, 28 de março de 2024

Poema: "Sabujo", poema de Erivelto Reis

 

Sabujo

Erivelto Reis

 

Pelego

Que vende como eficiência

A sua pouca sapiência da disciplina

Que deveria ensinar e não ensina

Disfarçada na sua capacidade

De dissimulação e dissonância laboral

Que alardeia como símbolo de sua inteligência emocional.

Pelego

Que romantiza, com pitadas de humor infantil,

(Fingindo revelar um macete, contar um segredo)

A precarização salarial,

As péssimas condições de trabalho e o assédio moral

A que são submetidos os pelegos e os antipelegos

E sua falta de responsabilidade profissional

Em contos autorais em que este se destaca

E se autoproclama entre os maiorais.

Pelego

Que açula contra os bons profissionais

A sua horda de bajuladores mais boçais

E faz as lições pra eles, e lhes dá dicas valiosas

Que pretendem que comprovem quanto é mau

O desavisado desafeto de que espera se livrar

Emprestando trabalhos,

Interferindo e desvirtuando os procedimentos avaliativos

Assinalando as respostas nos livros e pdfs que fazem com

Que paspalhos antiéticos se passem por ultrajados cdfs.

Pelego

De olhar terno e fala suave

Que orientou demissões, que articulou gravações

Ilegais de seus colegas

E alardeia vitórias sem batalhas

Ombreado à súcia de covardes e canalhas

Alimenta-se das migalhas que lhe atiram os patrões

E dos aplausos de incautos e mandriões.

Pelego

No silêncio de sua consciência

No deserto de sua ética

Passa dia e noite, sem intervalo

E com a logomarca de seus patrocinadores,

A mesma novela patética.

Pelego: títere da própria queda.

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