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Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

quinta-feira, 9 de janeiro de 2025

Poema: "A pele de Bartolomeu", de Erivelto Reis

 A pele de Bartolomeu

Erivelto Reis

 Imolar é sacrificar para aplacar

A fé,

A palavra,

O tempo,

A intimidade,

A lealdade...

As emoções à flor da pele

Têm raízes em estalactites morais,

Sensoriais, emocionais...

Estalagmites de medos

E um segredo que morreu no céu da boca

Ou na boca de qualquer um...

Habitam cavernas.

O ser humano seria uma caverna revestida de pele?

Esfolar é tocar a pele para removê-la

(Lacerar, por ódio, indiferença ou labor).

Amar seria tocá-la para fazer parte dela?!

Mas se pode esfolar sem tocar?

Assim que descobriram o poder

Os homens começaram a

Odiar pela cor da pele

A categorizar pela epiderme

A repelir, a apelar para meios cruéis

A expelir rancores, a interpelar

A pelejar contra quem peleia

Pela pureza dos ideais do coração

E assim escreveram milhares de páginas

Dos livros de ficção e de histórias.

Escolheram uma pele

De matizes de nuvem

Para representarem Deus

E assim arrancaram a pele de Bartolomeu...

A pele que habito sangra,

Arrepia e ferve quando encosta na tua.

A memória é a pele do tempo,

A palavra é a pele do poema,

A dor é a pele do trauma...

Vou tatuar na pele essa frase:

“O amor é a pele da alma”,

Ou carpe diem, vai saber...
Mas talvez você não chegue a ver...

 

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