Reflexões sobre cupins
Erivelto Reis
O cupim habita a casa,
O cupim sabota a casa,
Está na casa
Mas não gosta dos que estão
Na casa em outra função.
O cupim é um bicho
De asas temporárias,
Simpático apenas às traças,
Mas que pensa que se iguala às águias.
O cupim é sorrateiro
Parasita a estrutura,
o trabalho do hospedeiro...
Da toca onde sai,
Até a construir o vazio
No que antes dele era sólido
E depois dele só casca e ruína,
Quanto rancor!
De não ter casulo e de não ser
Borboleta, abelha, libélula
A latrina e o que nela deposita
É o que alimenta o seu organismo
A sua sina.
O cupim só tem ego se lhe emprestam uma cadeira,
Nem escrúpulo, nem vergonha, nem coerência
Cego, se lhe mostram o estrago que faz
Surdo, se lhe pedem que pare,
Só para quando a casa desaba,
Quando os moradores se evadem,
Cupim é bicho covarde!
Tão insaciável quanto preguiçoso...
Ambicioso ao ócio,
Avesso ao esforço,
Que anda solto por aí
Fazendo estrago em toda parte.
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