CRUSOÉ
Erivelto Reis - RJ
Erivelto Reis - RJ
Não há bússola, barco, casa,
Válvula, remo e vela,
Rede, remendo, parede e janela
Que impeçam o sonho de naufragar,
Quando o amor acaba.
Ninguém desata o nó,
E a areia parece ser solidão em pó...
O mar é coletivo de distância e de profundidade,
É espelho do céu, que a gente diz que é saudade.
A dor é mágoa e fel
Que tanto mais mata de sede
Quanto mais deságua,
Quanto mais faz carga, barril e tonel.
No horizonte do sonho que naufraga,
Os olhos marejam o convés da cara...
E a gente sabe que tem âncora nos pés
Ao invés de asas.
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