Arrulho
Erivelto
Reis
Meu poema caminha.
É uma
palavra à toa...
É um
escombro, um monturo,
Um entulho...
É um arrulho.
Desespectro
de pessoa...
Meu poema é
um pombo que atravessa a rua,
Sabendo que
pode voar, mas não voa.
É uma toada
boba,
É um atol de
lama de Mariana!
Meu poema
pensa que me engana...
Lá vai meu
poema atravessando a rua:
Lá vai meu
pombo ser atropelado,
Meu tombo:
Vidro da linguagem
estilhaçada,
Tímpano
perfurado da palavra,
Explosão de
vísceras
E asa.
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