Dalí, Buñuel, Pulitzer, o Monge e Bergman
Erivelto Reis
Sentado sobre uma encruzilhada
A meio caminho de nenhum lugar
O Brasil está na posição de lótus
O corpo todo inflamável...
A qualquer segundo
Ou todo dia há um fósforo,
Uma imagem, um discurso
A nos imolar...
Talvez um Pulitzer ou um Bergman
Ajudem-nos a questionar como e por que
Surreais chernobis, aushiwitz,
Brumadinhos e pandemias desimportantes
Aos líderes de pindorama acontecem.
Há crianças morrendo de frio nas calçadas
Gente pobre e negra sendo executada...
Quase nenhum trabalho, quase nenhum direito,
Quase nenhuma comida na marmita.
Há o sacrifício de um monge budista vietnamita
Na história imoral de cada mão mal lavada.
Quang Duc...
Tem o coração intacto preservado
Embora tenha ardido!
Há momentos em que cristãos e cristais
Só vão servir de souverniers
E falsos mártires.
E isso é mais surreal
Que Buñuel, Bergman e Dalí.
Explode de novo Voyager...
Hoje não vale um vintém,
Hoje não vale um Pulitzer.
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