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Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

segunda-feira, 31 de agosto de 2020

Poema: "Dalí, Buñuel, Pulitzer, o Monge e Bergman", de Erivelto Reis

 Dalí, Buñuel, Pulitzer, o Monge e Bergman

Erivelto Reis
Sentado sobre uma encruzilhada
A meio caminho de nenhum lugar
O Brasil está na posição de lótus
O corpo todo inflamável...
A qualquer segundo
Ou todo dia há um fósforo,
Uma imagem, um discurso
A nos imolar...
Talvez um Pulitzer ou um Bergman
Ajudem-nos a questionar como e por que
Surreais chernobis, aushiwitz,
Brumadinhos e pandemias desimportantes
Aos líderes de pindorama acontecem.
Há crianças morrendo de frio nas calçadas
Gente pobre e negra sendo executada...
Quase nenhum trabalho, quase nenhum direito,
Quase nenhuma comida na marmita.
Há o sacrifício de um monge budista vietnamita
Na história imoral de cada mão mal lavada.
Quang Duc...
Tem o coração intacto preservado
Embora tenha ardido!
Há momentos em que cristãos e cristais
Só vão servir de souverniers
E falsos mártires.
E isso é mais surreal
Que Buñuel, Bergman e Dalí.
Explode de novo Voyager...
Hoje não vale um vintém,
Hoje não vale um Pulitzer.

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