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Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

sexta-feira, 16 de setembro de 2022

Poema: "Rapina", de Erivelto Reis

Rapina
Erivelto Reis

Os corvos pairaram hoje...
Uma revoada deles.
Diz-se sobre eles
Que memorizam rostos
E prestam-se a ritos fúnebres.
Por isso a alcunha lúgubre...
Eram lobos travestidos de cordeiro,
Sentiam a muitas léguas
O aroma do dinheiro...
Eram corvos, abutres,
Arrogância, prepotência, embuste.
Os corvos pairaram hoje.
Gafanhotos devorando tudo
Tsunami afogando a todos.
Um bando deles:
Corvos ontem e hoje.
Bicam-nos a íris, antianestésicos,
Mutilam-nos, dilapidam-nos...
Locupletam-se,
Mas não nos cegam mais.
Em plena luz do dia,
Os corvos pairaram por aqui hoje.