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Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Poema: Desaniversário - Erivelto Reis

DESANIVERSÁRIO
Erivelto Reis

A morte aplaude a cada ano que passa
Só ela sabe comemorar a data
Que inverte o céu, que transforma o sangue em pó e em memória
Só ela sabe a fórmula
A morte rouba o doce da vida antes do parabéns
Ela é penetra na festa, desfaz a decoração dos sonhos
Sem ser convidada,recusa a cantada naqueles que merecem
E leva aqueles de quem jamais se esquece
A morte já entendeu a filosofia da comemoração
Parece que leva, do bolo da vida, sempre o melhor pedaço
Leva o enfeite da prece, mas não carrega as lembranças
A morte escreveu um montão de palavras
Que só vivem no dicionário
Enquanto apagamos as luzes, sopramos as velas,
E fazemos pedidos, tantas vezes, tão desnecessários
A morte, vem, se revela e acende as velas
Que celebram o nosso desaniversário.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Rio Verde, terra vermelha

Rio Verde, terra vermelha
Erivelto Reis
Minha cidade Natal é uma miragem
Imagens de mim em criança
É um Rio Verde, uma terra vermelha
De sonhos e não-tão-claras-lembranças
São feitas as suas ruas e os seus personagens
Meus parentes, o córrego e a casa com chão de tábua
A árvore centenária sob a qual eu brincava
A eterna chegada
A infinita estrada
A plantação de trigo
O amarelo do sol e do milho...
Minha cidade
É essa saudade que carrego comigo.