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Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

terça-feira, 11 de maio de 2021

texto: "Divagações", de Erivelto Reis

     

Rio de Janeiro, 19/3/2019

        O Carnaval é o encontro de cada pequena história de tristeza e dor para que a massa as transforme num grande manifesto, através dos seus talentos, da força de sua resistência e da sua expressão de arte em alegrias semeadas no quintal dos opressores. Diante e apesar deles. Todo ano.


Rio de Janeiro, 07/3/2019

            Não se trata exatamente da obra ou da biografia de quem produz a obra. São as reflexões que a obra é capaz de produzir em quem a assiste. Não há perfeição na realidade, como não há em sua idealização. No entanto, a emoção e os sentimentos que a arte seja capaz de produzir não partem de seu autor ou mesmo de sua estética ou do momento político e histórico, embora tais elementos possam potencializar a amplitude das sensações e reflexões, mas há uma energia que a arte é capaz de criar, uma comunicação de códigos e símbolos que alcança saberes e sentidos que a racionalização didática da rotina e do utilitarismo das ocupações e dos papéis sociais que desempenhamos não conseguem repelir. Abre espaço para surgir uma espécie de eu melhor, mais puro, mais feliz, mais esperançoso e mais lúdico que a rotina às vezes adormece ou anestesia ou corrompe. Produz-se uma catarse pela dor do outro, uma empatia pela existência do outro. Uma visão de nós e do mundo para além dos instrumentos políticos de controle. Um diálogo de alma para almas. Além do tempo. Apesar do tempo. Não importa quem produziu ou sob que circunstâncias produziu, mas o que foi capaz de comunicar. Ninguém me perguntou nada. Mas é essa a esperança que me faz acreditar na arte. A esperança de que a arte me faça melhorar. Ou não me deixe ficar impassível diante da dor do outro ou para a experiência do outro.


Rio de Janeiro, 01/3/2020

Juízes
Porque náufrago é qualquer um que já se sentiu sozinho.
Com que propriedade justificas as tragédias que assolam teu irmão. É um "Mas também" surgido de uma convicção tão sombria quanto deslocada. Sombria porque se desvia do foco que é a ausência do poder público em tantos níveis que chega à desproporção entre o descaso e a pretensa culpa dos populares. (Tenho medo de certos juízes!). Deslocada porque inconveniente porque cruel - mesmo com a intenção de um afago -, porque implicitamente carrega um "Bem feito" ou um "tá reclamando de quê?", para muito, muito distante expressar uma pretensa empatia ou solidariedade. Não sejam assim. Racionalizar e relativizar são coisas diferentes. Se racionalizassem veriam a lacuna gigantesca entre tudo que se paga de imposto e o que se reverte a favor da população. A catarse provoca dúvidas, não certezas. Seja no caso de um menino executado na rua, ou de uma mulher agredida pelo marido, de um patrão que assedia um empregado, ou de pessoas vítimas de enchentes e inundações. Ajude, se puder. Não diga nada. Diga "sinto muito". O peso com que julgas esconde a tua percepção parcial do quadro todo e torna tua fala ácida. Mesmo em face de tuas melhores intenções. Encobertos, teus argumentos desmoronam.

Rio de Janeiro, 27/02/2019

            Esse governo só se faz ouvir através de inserções constantes em declarações e ações patéticas orquestradas contra os direitos. Atua com a desculpa de ser a favor da moral e contra a corrupção, recua quanto ao que de fato não se importa e avança, inexoravelmente, rumo aos seus reais propósitos. Confessa, sem dificuldade e admite delitos "menores", até incompetência, e intenções sabidamente inconsistentes. Usa essa estratégia como álibi e antídoto para os descalabros que executa e contra as críticas que recebe. Instaura uma lógica absurda: "se o volume de críticas é intenso e constante, deve ser uma mera orquestração da oposição." Divide a opinião pública, mantém seu status quo e pulveriza o foco sobre os absurdos que comete contra o povo. Não dialoga. Não explica e não recua verdadeiramente. Enquanto isso, os outros poderes comportam indivíduos que se aproveitam para aquinhoar os seus favores fazendo vista grossa ou vendendo aprovação ao governo em troca de benesses ou de não serem afetados. Quando acordarem, se acordarem... será tarde. É preciso melhorar a qualidade da oposição e a comunicação que se faz. Militância é ouvir as bases, propor uma agenda, é pé no chão, é trabalho de campo, é reconhecer a potencialidade das novas lideranças. É a cartilha básica da Vida política.



Rio de Janeiro, 24/02/2020

            Mangueira tratou o personagem principal do seu enredo com reverência teológica.(E isso vai lhe custar bastante). A crítica e as inferências às mazelas sociais verificáveis no Brasil é que verdadeiramente incomodam a determinadas pessoas. Em nenhum momento o personagem deixou de ser como se o conhece, o que pode ter injustificadamente assustado a quem não compreendeu, ou não quis compreender, é ver tal personagem revisitado em um período contemporâneo de violência, necropolítica, intolerância e abuso de poder: tal qual havia naquela época do surgimento e ascensão política da personagem. Sua mensagem e história permanecem, mas são subvertidas tantas vezes pela ganância e pela intolerância. O personagem retratado pela Mangueira não desrespeitou ninguém. Nem mesmo a cronologia de sua existência terrena foi subvertida. Foi uma ópera trágica o que a Mangueira apresentou. Qualquer afirmação diferente desse foco é exagero. Teria mais a dizer, mas a Mangueira já o disse muito bem.


Rio de Janeiro, 23/02/2020

            Tem um brasil onde todo dia é Natal, onde todo institucional requer protocolo, burocracia e eficiência, (sem valorizar os profissionais, antes, ameaçando-os com a força de mil sanções). Tem um brasil onde toda excelência é excelente, todo juiz vendido é arrogante e valente, muita gente aplaude a ameba metástica a quem elegeram presidente. Esse brasil não é país pra gente. O país dos trabalhadores, do Carnaval, do diálogo, do pluralismo e da fraternidade deve ser o nosso lugar. O país para criar os nossos filhos, para plantar os nossos sonhos. Um país que quer entender a própria história para não repetir os mesmos erros daqui pra frente. Vamos em busca dessa Pátria. Fugindo da empáfia dos genéricos obtusos superficiais generais. Esse Brasil se insinua no alarde da alegria das manifestações populares de cultura e arte. Carnaval é uma dessas. Uma festa. Entre as muitas de um país que, rico, devia ser justo com seu povo. Religioso, devia ser fraterno. Gigante, devia pertencer aos seus filhos e respeitar seus ancestrais. O Brasil que queremos e que nunca tivemos surge-nos em flashes em doses homeopáticas nos utópicos desfiles dos grandes enredos dos emblemáticos carnavais. Olho pela janela. E um menino triste vende pastilha sob a fina chuva numa esquina da vida em uma manhã infinita de um domingo de Carnaval.

Rio de Janeiro, 22/02/2020

Sou fascinado pelos desfiles das escolas de samba do Carnaval desde sempre. Por vários motivos: por entendê-los como testemunho da comoção das pessoas simples ante a obra de arte da qual fazem parte e a qual produzem; pelo potencial de reflexão crítica que são capazes de despertar, pela estética alcançada ou pretendida no contexto das linguagens de que se compõem e seus entrelaçamentos e combinações e pela grandeza do mistério tornado explícito às consciências e corações.


Rio de Janeiro, 16/02/2020

        Sem justiça social não se pode falar em meritocracia. É uma afronta, uma estupidez, quase um escárnio, que os obtusos se baseiem na isolada, controlada e rarefeita superação de mínimos paradigmas que sejam, como parâmetros que desabilitem e exemplifiquem a ruptura das inúmeras camadas, das inúmeras redes de desigualdade historicamente constituídas e contra as quais os cidadãos e cidadãs, especialmente os oriundos das classes trabalhadoras, se debatem todos os dias, desde que são concebidos, até o dia de sua morte. Em suma, a elite não pode falar em meritocracia quando o que a torna elite é um sistema de desigualdade e exploração permitido pelos 3 poderes. O trabalhador não pode falar em meritocracia pois, quando muito, tem momentos de superação que o colocarão num entrelugar na sociedade: estranho à elite, estranho aos seus. Conquanto não haja certeza da contínua evolução e manutenção do status alcançado, sequer reconhecimento real; nem um sistema político, social e econômico que permita e garanta a ascensão majoritária das classes trabalhadoras nem assegure, de fato, condições para a sua qualidade de vida. A escola e as mínimas garantias trabalhistas seriam as unidades mínimas para a produção de justiça social e infelizmente vêm sofrendo ataques violentíssimos.

Rio de Janeiro, 12/02/2020

        O trabalhador está na berlinda. Nenhum trabalhador, isoladamente, poderá fazer frente ao poderio que representa o capital, o empregador, o patrão. Não há negociação, há uma imposição, seja pela necessidade de sobrevivência, pelo medo da sucessão decadente de patrões ainda piores e pela certeza, cada vez maior, de que os políticos que deveriam proteger os trabalhadores e trabalhadoras, em muitos casos, estão em conluio, negociação ou são apadrinhados pelas grandes corporações, que, via de regra, acabam ditando o ritmo do mercado. Defender os trabalhadores deveria ser a prioridade de qualquer governo eleito por maioria de votos num sistema democrático, a não ser que: a) fosse eleito com base em manipulações e distorções das mais estapafúrdias; b) estivesse mancomunado para entregar o mercado e as reservas para o domínio de políticas empresariais e institucionais estrangeiras; c) não houvesse nenhum outro propósito do que autoafirmação particular e dos seus asseclas e chegados. Nenhuma das opções se encaixa no padrão das políticas adotadas pelos países democráticos desenvolvidos para proteger os seus trabalhadores e gerar divisas.

            Não é o emprego do funcionário público que será redirecionado para você, que pensa que sua extinção propiciará a abertura do mercado e sua absorção por ele. Mas é a extinção dos serviços públicos e o loteamento, através de terceirizações, dos equipamentos públicos de saúde e educação, por exemplo, que produzirá um achatamento de tal forma que a miséria, a inflação e a corrupção se alastrarão de forma ainda mais vertiginosa. Sem o fortalecimento dos sindicatos, sem uma justiça trabalhista imparcial, sem um sistema político idôneo...Estamos perdidos. Há uma marcha em curso. E ela não nos conduzirá para um bom lugar. Não posso dizer: "nos conduzirá à terra prometida", como sinônimo de fartura, redenção e bonança, porque a terra que foi prometida foi esta que aí se instaura: violência, sarcasmo como forma de fazer política, desapreço por trabalhadores e trabalhadoras, pela educação e pela soberania social, cultural e econômica de nosso país.


Rio de Janeiro, 30/01/2019

Os déspotas
Erivelto Reis
Os déspotas têm um ódio secreto da própria ignorância. Ela revela a pequenez de sua ética e a vastidão de seu ego. Sua aversão à pluralidade de ideias é o estopim para suas ações truculentas. Os déspotas têm ódio dos que percebem a ignorância que eles têm. Por isso aproveitam-se daqueles que ainda não a percebem. E decidem eliminar os que se colocam contra eles e o que sua ignorância representa em mortes e retrocesso para a sociedade. Usar o poder por não ter mais nada que usar é a recreação de sua ira. Os tiranos veem o tirano no espelho todas as manhãs. Almoçam com ele. Sabem da podridão de seu hálito. E têm pesadelos nos quais pagam pelo mal que fizeram. E isso os enfurece ainda mais. Têm medo que o poder acabe e só lhes reste a ignorância... Têm ódio, mas não têm vergonha.


Rio de Janeiro, 30/01/2019

(H Dois Ó)Boiando
Erivelto Reis
Não és químico,
És lodo,
És louco,
És limo...
Às exímio
Em tolices, desmandos,
Apadrinhamentos
E violências
De grosso calibre.
Não és químico,
És igual a tua água
Que fede e contamina
Com tua necropolítica,
Contra a qual
O voto consciente será a única vacina.
Respondas direito,
De forma decente e digna
Sem sarcasmos, arrogâncias e ironias!
Peça desculpas aos teus concidadãos!
Não és químico,
És incompetente.
Estás boiando...
Sejas mais humilde, Governador.
Teu pastiche já passa.
Tuas palavras são dejetos
Contra as quais
Nem carvão ativado vos basta.


Rio de Janeiro, 29/01/2019

    A qualquer tempo, especialmente em tempos de crise, uma educação pública de qualidade e a certeza de que a Universidade Pública está acessível, que é democrática e pautada no diálogo com o conhecimento, em nome da soberania do seu país e da garantia do desenvolvimento pleno das potencialidades de cada indivíduo, são como um lume, um farol na vida de qualquer trabalhador ou trabalhadora. Seja pra educar seus filhos, seja para transformar a própria vida, a de sua família e da sociedade de uma maneira geral.


Rio de Janeiro, 29/01/2019

    Países desenvolvidos investem verdadeiramente na educação. Respeitam seus professores e professoras e demais profissionais ligados à educação. Os gestores públicos entendem que a educação é responsável pela soberania do país, pela qualidade de vida das pessoas, por sua independência, por sua plenitude como cidadãs. Assim, debatem com profissionais e confiam secretarias municipais e estaduais e o ministério da educação a profissionais comprometidos com a defesa da liberdade da sociedade. A gestão das escolas e universidades é feita por profissionais surgidos no espaço da própria escola ou universidade, eleitos pela comunidade acadêmica e pelo conjunto de profissionais de cada unidade, em consonância com alunos, funcionários e a própria comunidade - para gerir em favor do aluno, da escola, da universidade, da comunidade e não com interesses mercantilistas impronunciáveis. Veja como seu representante político ou pessoas por ele indicadas referem-se à educação e aos educadores.
    Procure ler o que publicaram, se já debateram com especialistas na área da educação. Busque vídeos em congressos de educação, rodas de conversa, debates no youtube, TV escola, TV senado, comissões de educação de municípios, estado e na câmara e no senado federal. Veja se quem fala de educação é ou foi profissional da educação, se já discutiu com educadores e educadoras as suas propostas. Projetos excludentes, mercantilistas não vão beneficiar a sociedade. Vá à escola de seus filhos, converse com a direção, coordenação, professores e professoras. Não delegue a ninguém a responsabilidade pela educação de seus filhos, especialmente a pessoas que não respeitam professores e professoras e/ou não conhecem a realidade da escola. Reflita. É o futuro do país que está em jogo.


Rio de Janeiro, 23/01/2020

        Horrenda é a atração magnética entre os fascistas e o poder. Não há nenhuma outra forma para disfarçar (e nem eles pretendem) a brutalidade de seus intentos e o desprezo que possuem pelos que não frequentem seus restritos círculos de poder, cabotinismo e bajulação. Rechaçar é necessário o tempo todo. Fascistas mesclam bobagens superficiais e sem fundamento, populismo, pretensa defesa da moralidade e da nacionalidade com ameaças e perseguição. Escolhem seus alvos e contra eles se lançam ferozmente como uma matilha de lobos famintos e selvagens. São uma malta. Entre querer o poder e tê-lo fazem pactos com Deus e o diabo, supondo que o primeiro não os atinja e sabendo que o segundo os habita.


        Rio de Janeiro, 02/11/2019

    Hoje é um dia de descobrir saudades. Não apenas das pessoas, dos acontecimentos, da presença... pode ser a luz do dia, um som ao longe, um jeito do vento mover as folhas nas árvores... em tudo é possível descobrir novas saudades daqueles a quem amamos. A ideia de que fomos forjados no convívio, no amor e nos exemplos é uma redescoberta de nós mesmos até para aqueles que tenham os corações mais aparentemente empedernidos. A memória ama mais do que a imaginação. A saudade é uma forma de paixão que reacende com a falta.

   Rio de Janeiro, 01/11/2019

    É sombrio o futuro que se desenha para o país. Sequestraram direitos, mantêm a escola e a Universidade sob constantes ataques e desestabilizam todo o serviço público -relacionando-se aí educação, saúde e segurança, principalmente - com a asfixia ao funcionalismo e assédio moral institucionalizado. Testam os limites de nossas instituições, que poderiam zelar por nossa democracia, com homenagens a torturadores e ameaças de realização de Atos Intitucionais da magnitude perversa das mais graves afrontas aos direitos humanos fundamentais, ao longo do século XX, como o que ocorreu após o AI-5 no Brasil. Nenhum deles é burro ou estúpido. São uma empresa organizada operando em todos os setores para cooptar, pela ameaça e pela promessa de dividendos econômicos futuros, novos aliados. Não vão corromper além do que já corromperam até chegar ao poder. Vão operar - já estão operando- para subverter, eliminar leis que sustentem garantias fundamentais e esfacelar dispositivos que garantam mesmo a mínima autonomia das classes trabalhadoras.
    Os empresários das grandes corporações multinacionais, as poucas famílias que comandam bancos, comunicações e sistema produtivo no Brasil querem o quinhão de investimento destinado à Educação, à saúde e à segurança, pois a obrigação constitucional de que o governo seja responsável por essas áreas faz com que este se torne um concorrente ao negócio, principalmente se for um governo a favor do povo e da democracia. A seguridade social, o sistema trabalhista e de emprego e as aposentadorias já foram transferidas. Médio e longo prazo confirmarão essa fase do projeto, se nada for feito. Próximo passo? O caos.

   Rio de Janeiro, 25/11/2016

    Nenhuma reforma que deixe os meninos e meninas pobres sem oportunidade e acesso a uma educação de qualidade é séria. Se não oferecem o que propõem aos filhos da elite, desconfie. Dos livros didáticos, à grade, passando pelo currículo e tempos necessários às discussões em cada disciplina, até chegar às condições de trabalho e valorização da profissão do professor, é hora de questionar. As famílias têm de vir pro debate. Devem pensar seriamente no que é a escola. Se para a elite o investimento na educação dos filhos é fundamental, não vão os trabalhadores e trabalhadoras permitir o desmantelamento da escola em propostas sem embasamento ou discussão com todos os segmentos da sociedade. Tem de debater. Pais, professores, pedagogos, acadêmicos e especialistas. A escola pública de qualidade é uma questão de soberania. Basta de politizar a não-aula.
   
Rio de Janeiro, 22/9/2019
    Clarice acaricia com a clareza oblíqua de um amor sem objeto. Sua lição aí está.


Rio de Janeiro, 21/9/2018

Museu nacional: eis aqui uma réplica de cera, em tamanho natural, de um professor que jamais fora agredido... Alunos se espantam. Uma fagulha alcança a cortina. (Fecha o pano).

Rio de Janeiro, 18/9/2019

Íntimo
Erivelto Reis
Para o poeta Felipe Santos
Íntimo
é um espelho oposto,
é o sentido do gosto,
Narciso à beira do lago,
Ego precisando de afago,
Simetria, sinestesia, amparo...
Íntimo é o segredo, o silêncio,
a poesia,
o amor bem disposto,
a saudade e a tristeza, a contragosto,
as contradições, os predicados e o aposto,
Íntimo é um deus sem fúria e sem rosto,
Determinada pergunta...
Tudo que quanto mais se cala, nega e oculta e
Tanto mais se vê exposto.

Rio de Janeiro, 14/4/2019
A poesia é uma tatuagem de palavras na alma.

Rio de Janeiro, 28/7/2019
Amar é um calendário de esperanças em dias de afetos e espaços de superação. Quem por amar se engane, considere parte de um aprendizado de amor. Há uma sucessão de oportunidades para amar esperando na via-crucis de nossos dias.








Texto: "Uma mensagem de março de 2020", de Erivelto Reis

 Rio de Janeiro, 14 de março de 2020

Aos meus alunos e alunas ( e também a alguns colegas)

À maneira de Cícero César...
        Queridos, bom dia. Queria poder dizer pra vocês que tudo vai ficar bem. Estamos em quarentena, que é uma medida grave, não gravíssima, cautelar para tentar impedir a disseminação em massa do Covid-19. A quarentena não é pra evitar que as pessoas fiquem doentes, porque elas vão ficar. É porque se um grande volume de pessoas ficarem doentes ao mesmo tempo, estará ainda mais evidente a incompetência dos governos em lidar com a educação e com a saúde, por exemplo.
            Não há um cuidado real. É apenas um propósito de criação de um álibi. Em duas a três visitas aleatórias de gente séria e capacitada às escolas de municípios da baixada fluminense, por exemplo, poder-se-ia constatar condições insalubres para ensinar e aprender e para a saúde de profissionais da educação e, principalmente, das crianças e de seus sonhos. Falta água (sede e higiene precarizadas, relativizadas), iluminação precária, não há recursos, sabão, álcool gel, materiais didáticos adequados, mediadores... às vezes falta espaço. Menos de um metro quadrado por aluno. São 40, 44, 47 crianças e jovens por turma, aglomerados sob um calor, uma umidade de transpiração corporal e respiração inimagináveis, onde mal caberiam 25 alunos e alunas. Nestas condições um espirro, uma tosse (mesmo sem o Covid-19) poderiam ser muito prejudiciais. Os alunos mal conseguem se concentrar em algo além do calor e da sede que sentem, do desconforto pela falta de espaço (conflitos, discussões e algum princípio de indisposição física - brigas entre alunos - e mesmo mal estar físico e emocional). É um sem fim de "posso ir ao banheiro?" Com "posso beber água?" Num círculo de desconforto contínuo.
        Estamos em quarentena. Não em férias. Nossas crianças e jovens têm de esperar, mas o tempo não espera. Mesmo sem o Covid-19, há menos tempos de Português e Matemática do que o que o que seria ideal. E são inúmeras as confluências que permitem que ainda nossos alunos e alunas do ensino médio possam ascender ao Ensino Superior ou qualificar-se minimamente para o mercado de trabalho. Entre elas, destacam-se a resignação, a capacidade e o empenho de professores e profissionais da educação, do porteiro à direção. Escolas pintadas, uniformes e ar condicionado funcionando é o mínimo pra começar a pensar escola e educação como um sistema gerido com seriedade e em face do quanto a população paga de impostos sobre tudo. Os Salários, a valorização real e condições de trabalho confortáveis ainda são uma Ítaca muito distante.
            Não são férias. Estamos numa sociedade convalescente. Pandemicamente convalescente.
           É preciso repetir e repetir que estamos sob intervenção moderada de forças antidemocráticas sustentada por mentiras, obscurantismo e hipocrisia disfarçada de conservadorismo. Não é sobre o Covid-19. Pelo menos não apenas sobre ele.
        É preciso refletir, comparar, questionar. Se os pais assistissem uma semana de aula na sala com seus filhos e filhas, perceberiam do que se trata. Já sabem como é com os hospitais. Precisam ver como é o dia a dia na escola. Sob que condições as pessoas trabalham. Mas eis que 10 minutos aguardando uma declaração ou 20 minutos decorridos de uma reunião e muitos já estão se sentindo aptos a condenar o trabalho dos profissionais da educação como ruim. E os que entendem, por que não se tornam cada vez mais atuantes em favor de uma transformação positiva?
        Espero que todos e todas fiquem bem. Sãos e salvos. E que esse período sirva para a preservação da saúde, da empatia e da humanização de nossa sociedade.
Que os patrões respeitem seus empregados e não os submetam às condições insalubres do vírus e de sua ganância desmedida por lucro e poder. Leio que lenços de papel e álcool gel tiveram seus preços reajustados em até 300% em alguns casos. Notem que até a doença evolui, no entanto a consciência de alguns... dizem que são as leis do mercado. Não é o Covid. São os covardes.
Cuidem-se. Estamos em quarentena e a vida começa ou cessa. Ela nunca tira férias. Um abraço (de longe) pra todos e todas.

Texto: "Sobre a máquina de propaganda", de Erivelto Reis

             Existe uma máquina de produção de propaganda governista paralela (embora alinhadíssima) com os interesses do chefe do governo federal. (Essa máquina produz e veicula conteúdo ainda mais ácido do que aquele já contundente associado e produzido diretamente pelas figuras centrais do poder na atual conjuntura). Essa máquina é capaz de difundir fake news, "respostas", mobilizar focos de ataque e eleger inimigos a serem combatidos. Da mesma forma, produz material de autoelogio para o presidente, seus correligionários, apoiadores e amigos. Difunde as ideias a favor do governo e de seus interesses em uma linguagem emulatória do que (imaginam) um popular poderia formular como discurso e como ideia próprios. São peças de propaganda para grupos de whatsapp e demais redes sociais, áudios (muitos deles textos radiofônicos escritos pra produzir efeitos).

            A veiculação de tais materiais pulveriza, dissemina e potencializa os discursos sobre as ações e as prioridades do governo sem culpabilizá-lo pela irracionalidade e pelo teor daquilo que é propagado, não obstante defenda diretamente os interesses do governo e tente legitimar e fazer eco com seus pronunciamentos oficiais e suas ações. Trata-se de ferramenta poderosa de propaganda política de fragmentação da oposição e de aglutinação de uma resistência baseada em informações, algumas delas inverídicas ou manipuladas.

            Disfarça-se das mais variadas situações: dois amigos conversando, ironias, ataques diretos, exortações ao presidente, uma oração, um chamado ao apoio direto, notícias reais deslocadas de seu contexto, peças imagéticas produzidas como propaganda etc. Opera em diversos níveis, desde de o convencimento, passando à manutenção, a formação (discursos pretensamente mais brandos) até chegarem à conclamação de conflitos e enfrentamentos e aos ataques específicos a determinadas figuras e ou segmentos da sociedade.

            São robôs, perfis falsos, e linhas editoriais específicas atuando simultaneamente sob o endosso de ministros, de empresários e de políticos eleitos de vereadores a senadores, passando por pretensos e possíveis candidatos desejos de identificação, replicação e emulação dos discursos, visando a uma espécie de reconhecimento com a vigência do segmento que mantém essa máquina em movimento 24 horas por dia em diversos segmentos desde a propaganda institucional em canais de tv aberta, peças publicitárias, contratos e acordos. Os disparos são organizados, obedecem a cronogramas e a aparente confusão, os frequentes recuos igualmente obedecem a um roteiro de desmobilização de oposição.

Texto: "Explique-se", de Erivelto Reis

 

            Explique para o/a seu/sua filho/a que você votou para escolher aqueles que tramaram contra o/a professor/a de que ele/a mais gosta na escola pública. Explique pro seu pai ou sua mãe idosos que você colocou no poder os covardes que humilham e desvalorizam o/a médico/a ou o/a enfermeiro/a que o/a atendeu no hospital público. Explique pra família do/a policial militar, civil ou federal, do/a bombeiro ou guarda municipal que arriscam a vida pela sociedade que os salários deles/as que já são superdefasados vão ficar congelados ou ameaçados pelo poder de governantes corruptos e incompetentes. Explique aí, valente. Rei da retórica. Visionário da bonança.

Texto: "O plano B", de Erivelto Reis

 

                O presidente só foi pra televisão, e mais uma vez mentiu descaradamente, por causa da carta dos banqueiros e empresários. Ele não está nem aí para os quase 300.000 brasileiros e brasileiras mortos pela Covid, para o desemprego, a volta da inflação e para a imagem do Brasil diante dos outros países, a fome, a vulnerabilidade dos brasileiros, a escalada dos preconceitos e do desrespeito às chamadas minorias, ou para o escandaloso julgamento que fez com que o ex-presidente Lula fosse tirado da disputa presidencial, mesmo após o golpe civil-legislativo-judiciário contra a ex-presidenta Dilma Rousseff.

                O atual presidente já está com seus senadores e deputados no bolso. Vai cumprir grande parcela do desmonte que aqueles que financiaram sua campanha esperavam que ele fizesse; vai proteger seus filhos criminosos e vai voltar para o estado do Rio de Janeiro para se configurar como uma força política oficial ou paralela. Talvez permaneça em Brasília, no legislativo, garantindo ou ganhando tempo para a prescrição de seus crimes ou o foro político privilegiado. Será uma eminência parda que saciará os seus seguidores apadrinhando figuras políticas tóxicas e violentas em ascensão ou em busca pelo poder e proferindo bravatas estúpidas contra as instituições democráticas. Amparado ainda por parte de setores militares e por alguns segmentos de igrejas evangélicas, nichos da classe média e de conservadores de todas as classes, seus robôs funcionarão incessantemente e a escola e o funcionalismo público continuarão a ser seus alvos permanentes.

            Se não for julgado e punido internacionalmente de forma exemplar como um dos grandes assassinos do século XXI, o seu reino e o seu legado de brutalidade e violência em inúmeros níveis continuará assombrando a República e a Democracia. O plano B que o energúmeno tem é oficializar o golpe. O quanto antes. Antes que a justiça seja feita... É preciso que estejamos muito atentos. E que lutemos.

Texto: "A páscoa dos endinheirados", de Erivelto Reis

 

    Os muito ricos nesse país sabem que no avesso do tecido de suas narrativas encontram-se a desigualdade e injustiça social que os mantém ricos... não é aceitável que em uma indústria, por exemplo, um parafuso de uma máquina possa merecer mais rotinas de apoio e cuidado do que uma mãe de família trabalhadora nessa mesma fábrica. Não pode o professor ou professora dos filhos dessa trabalhadora ser menos valorizado do que esse parafuso. Cada trabalhador ou trabalhadora que chega ao seu posto de trabalho, diariamente, depois de passar por duas ou três horas de humilhação e desconforto nos transportes públicos, consentidos pelo Estado e pelos empresários do setor de transportes, e que consegue encontrar equilíbrio para executar suas tarefas é um bônus que se paga ao empresariado e ao governo pela exploração, é parte desse Teatro de horror. Que não haja ainda um levante contra tais injustiças, os banqueiros, as elites e o sistema tributário e de organização política nesse país é um mistério, em parte, ainda inexplicável. Talvez a minha geração não veja essa revolução, esse levante... Mas ela não tardará. Tal qual uma Páscoa inexorável e tardia.

Texto: "O desembargador dementador", de Erivelto Reis

 

            Eleito presidente do Tribunal de Justiça/RJ em 30/11/2020, o desembargador afirmou: "apesar da recuperação fiscal, também [vou] tentar melhorar a remuneração e garantir os direitos de magistrados e serventuários". Em fevereiro de 2021, em função de uma greve no Detran/RJ, impôs uma multa diária de R$ 500.000,00 (QUINHENTOS MIL REAIS) ao sindicato da categoria. Agora derruba a liminar que mantinha as escolas fechadas para proteção da saúde das crianças e de seus familiares e libera a circulação, o deslocamento, a interação e a aglomeração de estudantes - no espaço escolar - em um estado tomado pelo Coronavírus (bandeiras roxa e vermelha), como o Rio de Janeiro. Quem sabe como é a dinâmica de uma escola, quem tem filhos ou já teve infância, sabe que protocolos de segurança e saúde pública não são o forte das crianças e dos adolescentes. Não dá pra contar com isso num momento em que há quase 100% de ocupação de leitos e uma nova onda de contágio se anuncia.

            E ainda há aquele pesquisador [irresponsável] de renomada universidade que recentemente declarou que estando a escola aberta ou fechada não aumenta nem diminui a contaminação, como se os estudantes se teletransportassem de casa para a escola, como se aparatassem na escola como na obra J.K. Rowling - sendo que não se pode aparatar em Hogwarts. Como se a escola não fosse um mais um espaço vítima de descaso do poder público e de seus gestores, onde às vezes, nem água tem, nem papel higiênico, onde as salas são superlotadas e os alunos e professores chegam a ter que suportar um calor de quase 40 graus, bem diferente do espaço onde despacha e dos recursos de que dispõe um desembargador, ainda mais um presidente do TJ. Sem falar da gigantesca diferença de salários pagos e benefícios oferecidos às duas categorias de servidores. A prefeitura do Rio afirmar, através de seu secretário, que vai usar a ciência para tomar decisões e expor os profissionais de educação, suas famílias e os alunos e alunas à contaminação, é o escárnio, a impostura, a demagogia e a irresponsabilidade elevados à enésima. É criminoso e desumano.

            Quanto ao desembargador que caça liminares e impõe multas astronômicas a sindicatos de trabalhadores, sugiro que imponha a mesma multa de R$500.000, 00 ao governo por dia em que os profissionais de educação, demais servidores e servidoras e a população não estão sendo vacinados, ou que ficam expostos ao assédio moral de coordenadorias e gestores de educação, ou à falta de ações efetivas de controle da doença, em meio ao caos e à incerteza que a pandemia causa.

Texto: "Um rastro de horror e morte", de Erivelto Reis

            No rastro de horror e morte que vem ocorrendo há mais de um ano no Brasil, em decorrência da pandemia e em face da letalidade da doença e da omissão dos governos, os prefeitos e secretários de educação que cogitarem e executarem a abertura de escolas públicas sem que a comunidade escolar tenha sido imunizada, terão as mãos sujas de sangue e deverão ser julgados e punidos severamente por qualquer vida perdida para a covid devido à estupidez e à irresponsabilidade de suas ações. Vacinem as pessoas, alunos e alunas e profissionais, antes de cogitar a abertura das escolas.  

        Pressionem os dirigentes de seus partidos, seus deputados e senadores e o governo federal pela vacina para todos no menor tempo possível. Não obriguem os profissionais da educação a que se exponham à contaminação ou a contaminarem os membros de suas famílias. Prefeitos e secretários, por favor, protejam seus alunos e profissionais. Não sujem suas mãos do sangue de inocentes. Não há absolvição possível para um crime dessa natureza, em que a conivência é sim, participação direta no delito. 

Texto: "Sobre a pobreza no país em 2021", de Erivelto Reis

 

Sobre a pobreza no país em 2021

            Erivelto Reis

            A pobreza e a miséria, no ponto em que se encontram, num país rico como o Brasil são um escárnio e uma violência institucionalizados. Cada juiz com auxílio moradia, tendo casa própria; cada deputado com plano de saúde e todas as mordomias, que vota contra os trabalhadores e trabalhadoras é um chamado pra revolução, para o embate e para retomada do que é da massa de trabalhadores e é riqueza do Brasil e dos brasileiros.

            Quando a revolução vier, os agiotas disfarçados de banqueiros, os exploradores disfarçados de empresários e os canalhas disfarçados de autoridades não terão para onde correr. A nova ordem vai ser zerar o consumo de qualquer bem, produto ou serviço oferecido por empresas e instituições que trabalharem contra a soberania dos brasileiros. Na bolsa, suas ações vão cair numa fração de segundos a cada jantar ou apoio declarado a genocidas e seus equivalentes. Em suas agências... só a caneta acorrentada ao balcão terá de ser usada para se desculpar por escrito com seus funcionários e correntistas, até que os juros extorsivos cessem. Não haverá nenhum contrato, nenhum financiamento...

            Nenhum lastro de fundos públicos, Folha de pagamento, carteira de precatórios ou papéis do tesouro até que parem de asfixiar o povo. A revolução virá. Ensinem seus robôs e seus aplicativos a tratar o povo com respeito e parem de apoiar ações contra os trabalhadores.

Poema: "Sobre saber", de Erivelto Reis

 

Sobre saber

Erivelto Reis 


Não sei nada muito

A não ser espera.

Mas, já soube menos.

A gente não aprende a viver
O tempo todo.
Tem horas que a gente só
Improvisa.

Texto: "O triunfo dos canalhas", de Erivelto Reis

O triunfo dos canalhas

Erivelto Reis

    Os canalhas triunfam momentaneamente quando ficamos tristes. Em respeito à memória de Paulo Gustavo, e das mais de 400 mil vítimas, é preciso que nós estejamos firmes, atentos e resistentes. Há lágrimas em nossos rostos. Mas não vamos esmorecer. Os canalhas exultam com nossa tristeza porque desconfiam, mas não sabem que lá no íntimo, mesmo tristes, nunca nos acovardaremos. E apesar dessa tristeza duríssima contra nossa esperança, não iremos compactuar com o fascismo e a intolerância. A chegada de nossa Vitória será apenas uma questão de tempo.

    Esse governo e seus integrantes não perdem a oportunidade de manifestar seus preconceitos contra os mais pobres, seu ódio aos trabalhadores e trabalhadoras e seu fascismo escancarado. Entre os mais destacados nessa prática hedionda e inaceitável está o ministro da economia. E não é apenas o discurso. As ações práticas confirmam sua sanha monstruosa e criminosa. Não esqueceremos. Não há perdão nem prescrição para os crimes que cometem.

    Já vimos esse filme: o porta-voz, títere de uma pseudoelite corrupta e exploradora tentando acuar um líder reconhecido mundialmente para que a besta-fera tomasse o poder. Agora o discurso do 'detector de mentiras'... se na grande imprensa prevalecesse a verdade, nem alguém que se considerasse um jornalista respeitável daria uma declaração dessas, nem a besta-fera teria sido eleita presidente. Para jornalista, falta um mundo; para ficcionista falta tudo. O problema do rato e da ratoeira não é que ele não saiba o que é uma ratoeira. É que ele imagine que o rato seja o outro.

    Muitos canalhas que votaram contra o servidor hoje em apenas três meses recebem de auxílio moradia mais do que a grande massa dos servidores recebem em um ano como salário. Em duas semanas de auxílio alimentação só com almoço eles gastam o equivalente ao salário mensal de um servidor. O congresso tem de representar o povo. Corruptos quebram os estados e municípios endividam e transferem recursos para empresas via contratos esdrúxulos e inexplicáveis e o servidor tem o seu salário sem reajuste ou mesmo ameaçado.

    Esse governo e grande parte desse congresso é formado por pessoas que são contra a soberania do país. Protegem uma minoria formada pela elite do funcionalismo, do legislativo, do judiciário e militares de alta patente. Atendem interesses de empresas e grupos econômicos no desmonte do Estado brasileiro. Compactuam e promovem a corrupção, a intimidação e a violência. São uns vendidos. Estão contra a educação e a ciência. Propagadores de mentiras. Hipócritas. Estão vendendo nosso futuro.

    Canalhada. Bando. Corja. Malta. Suicidas em potencial. Não são inocentes úteis e nem massa de manobra. São e vão e estão porque querem ser, ir e estar. Já é tempo de entender o rancor que essas pessoas têm. E o ódio que exalam.