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Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

domingo, 30 de abril de 2017

Poema: "Tento", de Erivelto Reis

Tento
Erivelto Reis

Não é nem de longe uma revolução
Não chega aos pés de uma revelação
Não é ao menos um relato
Nem ao menos é um fato
É apenas a publicação
Da violência de que és capaz
Homeopática violência
Tornada conhecida
É apenas a impressão
Do que tens nas entranhas
Tua força jamais me foi estranha
Tua fraqueza é dissimulá-la.
Teu controle não está perdido
No sofá da sala – capacho de tapete na porta
Camuflagem de café requentado
É a bela xícara que o comporta.
Não é nem de longe uma revolução
Não chega aos pés de uma revelação
Não é ao menos um relato
Nem ao menos é um fato
É apenas a publicação
Da violência de que és capaz
Toma tento!

Tenta, rapaz.

sexta-feira, 28 de abril de 2017

Poema: "Ribalta", de Erivelto Reis

Ribalta
Erivelto Reis

É preciso valorizar,
Todo dia, ao que mais amamos.
Esse ato requer honrar
Aos que mais amamos...
Encontrar
A motivação necessária,
Em nossa própria existência,
Para olhar,
Com respeito, cordialidade,
Transparência.
(Arremedo de persistência),
Consciência de que quando e se
Talvez acabar...
O bom do outro e do que houve
Haveremos de lembrar.
Esse ensaio excede a nossa
Capacidade de dimensionar
Quem somos.
Essa força deve vir de nós:
Indicará, ainda que entre brumas,
O lugar pra onde iremos.
É preciso ensaiar pra ser sempre um pouco mais
Todo dia...
Ainda quando julguem
Que sejamos menos.


quinta-feira, 27 de abril de 2017

Poema: "Tabuleta", de Erivelto Reis

TABULETA
Erivelto Reis


Senhores deste mundo,
Que o tornam vil e mal,
E violento e boçal
Para impor suas receitas
De remédios
De torpor.
Que ameaçam,
Amordaçam,
E agridem trabalhadores e trabalhadoras,
Tirando nossos direitos,
E a oportunidade de sonhar.
Que tornam escravos nossos sonhos,
Nossa rotina,
E viciam o jeito de olhar o mundo e o outro.
Só tenho uma coisa a dizer-lhes:
Vão todos tomar cautela!
Vão todos tomar cuidado!
Que o povo não é o gado,
Pra ser espremido em cancela.
A revolução se avizinha,
E a Escola, destruída como entidade,
Renascerá das cinzas...
Não sucumbirá.
A nova sociedade marchará por justiça,
Igualdade e voz.
Senhores deste mundo,
Não estejais tranquilos,
Não profirais mentiras,
Que tudo no mundo sempre passa,
Que a sua roda da sorte um dia muda,
No mesmo compasso em que a Terra gira.