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Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2023

Poema: "Déjà vu", de Erivelto Reis

 

Déjà vu

Erivelto Reis

 

Na porta do sonho

Eu paro o carro do tempo.

Não tenho como prosseguir,

Embora pudesse andar a esmo...

Não sigo a mim mesmo,

Bloqueio, reinicio...

A mente em tela azul.

Cérebro e alma em crise, sem waze,

Memória em déjà vu,

Sem aparente motivo.

Não deu pra abrir o coração-aplicativo:

Ele trava o tempo todo!

Agoniza, mas não para...

Por enquanto, não para.

Na porta do sonho

Eu paro o carro da alma.

Não me lembro bem da senha:

É daquele lado que ela mora,

É aquele povo que ela adora.

Perdido, volto a mim,

(Embora retornar não me convenha)

Enquanto olho pelo retrovisor

O amanhecer do dia na estrada do sono.

Não há passado que não me acolha,

Não há futuro que me detenha.

Na porta do sonho

Eu paro o carro do tempo...

Eu até podia entrar,

Mas sei lá por qual motivo

Eu não entro.