Quem sou eu

- Erivelto Reis - Poemas e Crônicas
- Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.
domingo, 29 de maio de 2011
Poema: Chamada - Erivelto Reis
Erivelto Reis
Os presentes e os faltosos
Os corretos e os enganosos
Os sábios e os exaltados
Os serenos e os malhados
Os discretos e os pirados
Os melhores e os falhados
Os primeiros e os parados
Os honestos e os otários
Os mentirosos e os manipulados
Os fortes e os esforçados
Os fracos e os fracassados
Os doentes e os curados
Os românticos e os lesados
Os obscuros e os iluminados
Os brilhantes e os travados
Os indecisos e os acovardados
Os vencedores e os derrotados
Os obscenos e os moralizados
Os solteiros e os separados
Todos estressados quando
Decidem trocar de lado.
segunda-feira, 23 de maio de 2011
Crônica: Buscar o menino - Erivelto Reis
BUSCAR O MENINO
Erivelto Reis
Nada disso. Não dá trabalho, não. Esse aqui é o meu filho. Passa um sábado e um domingo comigo. Fala oi pro tio, Luizinho. Venho buscar o menino a cada duas semanas. Isso é sagrado. Falto ao trabalho, mas não falto à visita. Se não a ex já implica. Antes eu dizia: “ô, mulher, abre aí, que eu vim buscar o moleque!” E ela, descacetada: “Que moleque que nada! Moleque é o filho dos outros, é o filho dos nossos vizinhos”. Conhece esses tipos de gente, que agride com as palavras como quem desse carinho?...
Sabe como é, né? A gente não se acertou. Erro de parte a parte. Briga pra todo lado e, no meio dos nossos pecados, o menino sobrou. Agora, tu mesmo tá vendo, ele tá sorrindo, brincando... Mas na hora que as coisas se passaram, que o bicho tava pegando, com agressão de lado a lado, a gente de cabeça quente e a caninha lubrificando as mensagens da mente; nossa, mas o garoto sofria! A mulher fez trutagem com a sogra selvagem, escondeu o menino, pediu pensão, passou na minha cara com o Valadão, o ex-parceiro de garagem que dirigia o busão.
Pois é, se fosse noutros tempos, me chamavam de “leão”. Sou trocador, porteiro de lotação, cobrador, roleteiro, catraqueiro. Sou um pai, com um filho no colo, inventando uma imagem, uma passagem que não machuque a sua ilusão. Hoje ele fica com os primos, na casa da minha mãe. Amanhã, vai comigo ao maraca, pra ver o meu mengo jogar. Acredita que até vascaíno ela fez o moleque virar?! Mas, não falo mal da mãe dele, quando ele está por perto. Pra não traumatizar o garoto, que isso não é direito, que isso não está certo. É uma questão de princípio, de respeito. Não é como dinheiro que a gente perde e procura porque tá sem. Respeito é um troço capitalista que mais se dá a quem mais tem.
Minha mãezinha é uma santa. Não é mulher de pilantra. Mulher de pegar no pesado, mulher de xepa da feira, mas comida no barraco não faltava, de segunda a segunda-feira. Trabalhava em casa de madame, em casa de emergente, em casa de pobre também, pra não faltar de um tudo pra gente.
Estudo, eu tive pouco, mas aprendi a fazer troco. E sem querer me gabar, na minha profissão eu sou o melhor que há. Pego dobra, mudo a linha. Sou pontual e caxias. Cativo os passageiros, agrado as senhorinhas...
Fica com Deus, amigo, deixa eu me adiantar. Que vida de pobre é assim: a gente não pode parar. Tenho que buscar meu sustento, meu filho e a felicidade. Vou descer no próximo ponto, que é parte do itinerário. De lá, pego mais duas conduções até chegar ao destino. Vou cansado, mas vou contente. Porque a infância, quando é boa, alegra a vida da gente. Por isso, protejo o menino; meu filho, meu ideal. Para que ele cresça feliz, seja um sujeito legal. Que tenha sorte na vida, que estude e que trabalhe. Que saiba que nesse mundo, não importa a profissão, a dignidade é o que vale.
Ô motor, quebra essa, já puxei a campainha! Qualquer hora a gente toma aquela cerva geladinha. Tô indo nessa, companheiro, manda um abraço pro pessoal. Vida estranha essa nossa: a gente não vê o itinerário, não escolhe o nosso destino, mas conhece o ponto final.
quarta-feira, 11 de maio de 2011
Prof. Esp. Erivelto Reis fará palestra sobre o gênero Crônica no ICHS da UFRRJ no dia 13-5-2011
domingo, 8 de maio de 2011
Amigos queridos na XX Semana de Letras - parte 4
Amigos queridos na XX Semana de Letras FEUC - parte 3
Amigos queridos na XX Semana de Letras da FEUC - parte 2
Amigos queridos na XX Semana de Letras da FEUC
Mãe: presente
Erivelto Reis
Que haja luz em todos os lares
Que haja felicidade em todos os corações
Que aqueles que recordam com saudade,
Tenham somente boas lembranças
E testifiquem com seu exemplo
O amor que receberam.
Que aqueles que estão separados
Pela distância, pelo orgulho
E pela falta de comunicação
Possam aproximar-se
Pelo carinho, pelo respeito e pelo amor.
Que possam ensinar a seus filhos,
Reproduzir em seus netos
O amor que trazem em seu coração.
Que, na ausência do presente, haja atitude
Que aqueles que presenteiam,
O façam com sentimentos nobres.
Que um olhar, um gesto e um toque
Não representem uma superação
E sim, uma continuidade.
Que haja verdade, ternura e emoção
Transparência, generosidade e união.
Sua mãe merece, você merece.
Ela ficará, ficaria e fica orgulhosa e agradecida...
Mãe é pra toda vida.
quarta-feira, 4 de maio de 2011
Encerramento da XX Semana de Letras da FEUC
A Semana de Letras está chegando ao final de sua vigésima edição. Quero agradecer e parabenizar a todos que trabalharam em todos os segmentos para que o evento ocorresse. Aproveito para destacar o empenho e a participação dos alunos e dos monitores. Tivemos a presença de convidados muito importantes (aos quais, respeitosamente me dirijo, agradecendo e louvando seu talento, sua capacidade intelectual e o seu compromisso com a Educação e com a Cultura), palestras e debates com grandes qualidades, lazer e entretenimento, música, cinema e teatro, exposições de artes plásticas e a expressiva participação de alunos de outros cursos da Instituição que abraçaram a Semana de Letras 2011 e a tornaram inesquecível.
Posso afirmar que me senti muito feliz e orgulhoso de encontrar meus colegas e futuros colegas professores em momentos em que a pesquisa, a presença de palestrantes convidados e a participação dos professores da casa (sempre muito empenhados), em mais de 35 atividades, foram tão bem acolhidas e prestigiadas por nossos alunos.
Parabéns a todos e todas e à direção e aos demais setores da FEUC por apoioarem e incentivarem eventos como a XX Semana de Letras.
Atenciosamente
Erivelto Reis