F... (Alô)
Erivelto Reis
Fala mal do amigo
Fala mal da bússola, quando está perdido
Aliás, contudo...
Fala mal da vida
Mas se desespera com uma dor de cabeça
Com uma dor de barriga.
Desculpe-me por não ser profundo.
Fala mal de todo mundo!
Mas não espere só silêncio em resposta...
Fala mal até de quem você tanto gosta.
Critica... Isso te excita?
Te alivia, te torna melhor?
Ou te torna mais só?
Onde está escrito que falar mal
É falar a verdade ?
Que a tua opinião,
Com ou sem dialética, tem peso de verdade?
Expressa tua ideia, incita a discussão.
Implica com tudo, derrama e provoca pranto.
Causa solidão, rancor, desespero.
Quem silencia um amigo, afasta o amor,
Fala mal de tudo ou é mal consigo,
Tem como destino,
Sina ou quebranto,
Ir ao próprio enterro,
Cada dia um tanto...
Quem sou eu

- Erivelto Reis - Poemas e Crônicas
- Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.
sexta-feira, 20 de janeiro de 2012
quinta-feira, 19 de janeiro de 2012
Poema: Desconheço - de Erivelto Reis
Desconheço.
Por isso escrevo.
Vai ver penso que escrevo.
Suponho que conheço.
Pago o preço.
Na dúvida se mereço a dádiva da escrita.
Escrevo para quem acredita.
Quem medita, prestigia, avalia a estética, a lógica.
Escrever me alivia de existir.
É uma válvula que mais vaza que represa.
Não me causam surpresa a vilania
e a teimosia das palavras
que não expressam o que eu pensava que sabia.
Não pertenço a nenhum estilo,
a nenhum gênero, nenhuma classe.
Estreio e estranho como quem nasce.
A qual Deus presto conta do quanto enlouqueço?
Que memória resta escrita dos meus tropeços?
As linhas que eles representam
ou as experiências que motivaram a travessia?
O que fiz de fato
ou que a mim atribuem?
Me leem e compreendem? Me leem e lamentam?
Escritor é suprassemigente que sofre mesmo (e estamos conversados)
Saudade é mais fácil
quando se inventa o passado.
Por isso escrevo.
Vai ver penso que escrevo.
Suponho que conheço.
Pago o preço.
Na dúvida se mereço a dádiva da escrita.
Escrevo para quem acredita.
Quem medita, prestigia, avalia a estética, a lógica.
Escrever me alivia de existir.
É uma válvula que mais vaza que represa.
Não me causam surpresa a vilania
e a teimosia das palavras
que não expressam o que eu pensava que sabia.
Não pertenço a nenhum estilo,
a nenhum gênero, nenhuma classe.
Estreio e estranho como quem nasce.
A qual Deus presto conta do quanto enlouqueço?
Que memória resta escrita dos meus tropeços?
As linhas que eles representam
ou as experiências que motivaram a travessia?
O que fiz de fato
ou que a mim atribuem?
Me leem e compreendem? Me leem e lamentam?
Escritor é suprassemigente que sofre mesmo (e estamos conversados)
Saudade é mais fácil
quando se inventa o passado.
segunda-feira, 9 de janeiro de 2012
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