Desconheço.
Por isso escrevo.
Vai ver penso que escrevo.
Suponho que conheço.
Pago o preço.
Na dúvida se mereço a dádiva da escrita.
Escrevo para quem acredita.
Quem medita, prestigia, avalia a estética, a lógica.
Escrever me alivia de existir.
É uma válvula que mais vaza que represa.
Não me causam surpresa a vilania
e a teimosia das palavras
que não expressam o que eu pensava que sabia.
Não pertenço a nenhum estilo,
a nenhum gênero, nenhuma classe.
Estreio e estranho como quem nasce.
A qual Deus presto conta do quanto enlouqueço?
Que memória resta escrita dos meus tropeços?
As linhas que eles representam
ou as experiências que motivaram a travessia?
O que fiz de fato
ou que a mim atribuem?
Me leem e compreendem? Me leem e lamentam?
Escritor é suprassemigente que sofre mesmo (e estamos conversados)
Saudade é mais fácil
quando se inventa o passado.
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