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Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Poema: Desconheço - de Erivelto Reis

Desconheço.


Por isso escrevo.

Vai ver penso que escrevo.

Suponho que conheço.

Pago o preço.

Na dúvida se mereço a dádiva da escrita.

Escrevo para quem acredita.

Quem medita, prestigia, avalia a estética, a lógica.

Escrever me alivia de existir.

É uma válvula que mais vaza que represa.

Não me causam surpresa a vilania

e a teimosia das palavras

que não expressam o que eu pensava que sabia.

Não pertenço a nenhum estilo,

a nenhum gênero, nenhuma classe.

Estreio e estranho como quem nasce.

A qual Deus presto conta do quanto enlouqueço?

Que memória resta escrita dos meus tropeços?

As linhas que eles representam

ou as experiências que motivaram a travessia?

O que fiz de fato

ou que a mim atribuem?

Me leem e compreendem? Me leem e lamentam?

Escritor é suprassemigente que sofre mesmo (e estamos conversados)

Saudade é mais fácil

quando se inventa o passado.

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