(Trans) parentes
Erivelto Reis
Quem tem o olhar perdido
Na estação da vida que não foi.
Quem viu a festa desfeita,
Interrompida,
A conquista adiada.
Quem não viu nada,
Mas ficou com as horas da vida marcadas,
Sabe que uma ruga, um tremor na voz
Não dão conta do espanto do depois do fato,
Do desalinhar dos passos.
A destruição do ser é tão forte, tão intensa...
Mas ainda há flores e sol no inverno do ser só
Mantimentos na despensa, ilusão de desmanchar o nó.
O que dói por dentro é o latejar do pensamento...
Talvez a saudade seja o chicote do tempo,
A farpa que incomoda e maltrata,
Castigo de uma memória inexata.
Ancestrais, descendentes: simples... Gente!
Humilde ruína carente
Semelhantes pela cor do olhar,
Unidos pelo amor que falta.
Lindo poema Professor. Adoro poemas e esse toca profundo....saudades dos que se foram...e deixaram um vazio na alma.
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