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Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

quarta-feira, 4 de abril de 2012

Poema: (Trans) parentes - Erivelto Reis

(Trans) parentes


Erivelto Reis



Quem tem o olhar perdido

Na estação da vida que não foi.

Quem viu a festa desfeita,

Interrompida,

A conquista adiada.

Quem não viu nada,

Mas ficou com as horas da vida marcadas,

Sabe que uma ruga, um tremor na voz

Não dão conta do espanto do depois do fato,

Do desalinhar dos passos.

A destruição do ser é tão forte, tão intensa...

Mas ainda há flores e sol no inverno do ser só

Mantimentos na despensa, ilusão de desmanchar o nó.

O que dói por dentro é o latejar do pensamento...

Talvez a saudade seja o chicote do tempo,

A farpa que incomoda e maltrata,

Castigo de uma memória inexata.

Ancestrais, descendentes: simples... Gente!

Humilde ruína carente

Semelhantes pela cor do olhar,

Unidos pelo amor que falta.

Um comentário:

  1. Lindo poema Professor. Adoro poemas e esse toca profundo....saudades dos que se foram...e deixaram um vazio na alma.

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