O fatídico poema do poeta que ficou sem a poesia
(“O que é teu tá guardado”)
Isso é alfaiataria, é arte, é alta-costura. É coisa cristalina de tão pura.
Para Flávio, Cícero e ao que ficou sem a poesia
O poema é uma roupa,
Que o autor até cabe nela
Mas empresta pra outro usar.
E é tanta gente usando
Que a roupa periga a se reinventar
Ao invés de esgarçar.
Poema plágio, poema piada,
Blague, 22 revisitada,
Cachaça, poesia, samba e tropicália:
Três moscas mortas,
Três mosqueteiros,
Sonho lindo,
Mas é tanta gente canalha
Que atravessa o samba, ralha, retalha,
Trava a bossa e discursa sobre o nada.
Registra a patente, publica a (pró) tese,
Se põe no Olimpo, empertiga-se por isto?
Não vale o risco,
Afivela o cinto, economiza o susto que o pouso é brusco…
Demoro muito a falar, mas quando começo,
Pra (eu) me calar é um custo.
Nenhum comentário:
Postar um comentário