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Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

segunda-feira, 4 de maio de 2015

Poema: "Parábolinha" - Erivelto Reis

PARÁBOLINHA
Erivelto Reis
Que dia foi este em que a Educação
Soprou aos teus ouvidos prometendo-te fortuna?
Prometeu-te trabalho,
Mas tu ouviste emprego.
Prometeu-te inquietude,
Mas tu ouviste sossego.
Não pode ser,
Seu ego é cego, surdo à realidade?
Que absurdo:
Educação é condição humana fundamental
Para nossa continuidade: como a água ou o ar.
Mas tu ouviste “status”; tornaste-te Midas,
Que em tudo que toca transforma em ferrugem,
Postergação e queixume...
Que afugenta com fogo do orgulho, que abusa
E se recusa a aceitar o desafio do conhecimento.
Mas topa na hora a empáfia de desafiar
Os de teu próprio exército.
A Educação te abriu os grilhões,
E tu inventaste novas prisões.
A educação te fez livre e tu te tornaste agressivo,
Evasivo, corrosivo e crítico dos que a teu favor trabalham.
Devias aprender para mudar,
Mas simulaste aprender para ostentar o título,
Que proclama coisas que tu mal dizes e mal sabes.
És soldado ileso, sem cicatriz.
És parecença do que é ser aprendiz.
És o porta-estandarte, da arte que desconheces.
Mentes se diz “mestre”; tremes se ouves “prove”.
Assuma teu posto, mude, tire a prova dos nove.
Arrepende-te!
A Educação é o novo evangelho a que te convertes.
Construa-te!
Não envenenes a água que tu mesmo bebes.

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