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Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

sexta-feira, 6 de julho de 2018

Poema: "Resta-UM", Erivelto Reis


Resta-UM
Erivelto Reis

No fundo de seu íntimo,
À boca pequena,
Em grupos restritos
De afinidades virtuais muito ou pouco
Éticas,
Explicitamente, em redes (anti) ultrajantessociais,
Talvez alguém já tenha desdenhado,
Ironizado ou ridicularizado
O seu professor ou professora.
Desvalorizado a sua capacidade de organização.
Colocado em xeque os seus conhecimentos
E seu comprometimento,
Esquecendo-se, talvez, do quanto
Esse professor ou essa professora lhe tenha ajudado,
Ou que jamais lhe tenha atrapalhado.
O motivo pouco importa:
Por causa de uma nota, de uma questão,
De uma abordagem abrupta, de um texto virtual mal formulado,
Por seu jeito de olhar ou de ficar em silêncio,
Por sua reação à falta de disciplina, leitura, pontualidade...
Por sua correria que elege prioridades para tentar atender e solucionar
As dificuldades inconfessáveis de colegas seus
Aos quais, muitas vezes, se junta para ironizar ou desmerecer
Àquele ou aquela que por você se preocupa tanto...
Ou, simplesmente, supôs que, por ser professor ou professora,
Ele ou ela seria uma máquina, um seu/sua serviçal...
Se jamais agiu assim,
Santo seja, homem ou mulher de dignidade e caráter admirável!
Se agiu e se arrependeu imediatamente ou com a experiência da vida em quebra-cabeças
E resta-um, orgulhe-se de ter aprendido uma nova lição.
Se age assim sendo você um futuro professor, ou professora,
Meu colega de profissão...
Sinto tristeza e medo
Pelo que você será capaz de fazer aos seus alunos
Por sabê-los indefesos diante
Da avalanche que soterra sonhos
E afasta amigos
Que deveriam relacionar-se com as mãos dadas
Com os corações limpos.

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