Labor
Erivelto Reis
Eu quero contar outra história
Quero contar uma fábula
Mais humanos
Que os de LaFontaine.
Eu gostaria que aqueles
Para os quais trabalho se vissem
Com os olhos e os motivos
Com e porque os admiro:
Por seu brilho, por seu potencial...
Porque acredito que poderão mudar o mundo.
Eu quero contar aos amigos
Que é tempo de romper
Com o que está ultrapassado...
A dor, os traumas do passado!
Os velhos esquemas
De vaidade e de poder...
Eu quero contar uma história
Em que o menino e a menina pobres
Não sejam subalternos,
Oprimidos e explorados por ninguém.
Não se escondam por detrás
De silêncios e da aspereza rude
Das palavras de ataque-defesa.
Eu quero contar uma história
Em que meu protagonismo
Seja de coadjuvante...
Sem propósito de fazer discípulos,
Seguidores ou afins.
Gostaria de coisas que sei que posso,
Mas que não posso o tempo todo,
Que não posso fazer por todo mundo,
Que não posso fazer sozinho
E para as quais nem todos
Terão sensibilidade, paciência
Ou verão finalidade.
Quero contar uma história
Em que, às portas do paraíso
Da plenitude da liberdade,
A credencial seja a amizade
E para entrar não seja necessário
Usar nenhuma chave
Além da Educação, além da arte...
Além da boa-vontade.
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