QUASE TOLOS
Erivelto Reis
Sou da horda dos que bebem sozinhos,
Dos que choram calados,
Dos que esperam de pé, desesperados,
Dos que não faltam, não se atrasam,
Dos que frequentam, dos que participam,
Dos que, comumente, são chamados de chatos.
Sou da horda dos que bebem cicuta,
Que não queimam pneus,
Calorias ou gordura.
Dos pré-infartados,
Dos que estão fartos
De falsidade, fofoca...
E da porra dos outdoors que enfeiam toda a cidade.
Sou da horda dos que mendigam aprovação,
Respeito, carinho, justiça e qualificação.
Sou daqueles que ouvem o ruído do vento
E se fecham em copas.
Dos que falam bobagem,
Contam piadas, fazem piada com a vida própria.
Pertenço ao bando dos que acreditam
Na poesia e em todos os campos:
Da primeira à sétima arte.
No sexto sentido,
Nas sete pragas do Egito...
Nas palavras sagradas das religiões do mundo.
E que duvidam das palavras gastas
De quase todos os religiosos do mundo.
Prefiro exemplos:
O diamante e o carvão são apenas
Maneiras diferentes de organização do carbono...
Sou da horda dos improváveis, dos impossíveis.
Igual aos anjos de bronze
Que se beijam, se olham e fazem sexo
Eternamente,
Sem explicação e sem sentir sono.
Eternamente e em cruel abandono.
Passando para buscar inspiração, como sempre, vale muito a pena buscar inspiração com o amigo... Obrigado professor.
ResponderExcluir``Sem nada ´´
ResponderExcluirSem a sua presença fui educado
Sem seu espelho fui moldado
Sem seus conselhos fui me virando
Sem te ver eu fui crescendo
Sem notar fui te querendo
Sem te achar fui te buscando
Sem entender fui te odiando
Sem me importar fui te esquecendo
Sem notar o tempo foi passando
Sem querer fui definhando
Sem sentir envelheci
Sem saúde me procurou
Sem pensar lhe abracei
sem prender eu chorei
sem palavras eu sei
sem chances eu sei
sem nenhuma chance eu sei
sem esta doença contigo eu sonhei
sem chances eu sei