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Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

sábado, 12 de setembro de 2015

Poema: Fazenda Vista Alegre - Erivelto Reis

Fazenda Vista Alegre
Ao casal Délio e Vera
Erivelto Reis e Gloria Regina Reis
Cuidem, os que me leem,
De semear, qual café, em seu áureo ciclo,
A Vista Alegre de boas memórias.
O café e a memória florescem e declinam.
Mas as emoções vividas, as amizades conquistadas perduram.
Escravos, todos, que somos, fomos e seremos,
Do eterno desafiar de destinos,
Hipicamente saltando obstáculos,
Aparentemente instransponíveis.
Fãs de livros, autores e ideias,
Filosofamos no sofá da sala de estar,
Que pode ser em qualquer lugar,
Enquanto o tempo passado, passa em ondas
De sentimentos que os relógios não marcam.
A casa é mais personagem
Que os de carne e osso. Tem mais História.
Não tem a memória que nós temos, que inventamos
E que nos edifica.
Preservar a casa, a memória
E a esperança é o nosso desafio constante.
Mais até que os próprios laços de amor e de sangue…
Os demais são reais.
E só por essa condição já são nobres.
Ex-nobres, esnobes são os outros.
Talvez, recontando a História mil vezes,
Até que alguém se identifique com ela.
Talvez, escrevendo a nossa História,
Partícipes e cúmplices…
Há um novo campo sendo semeado agora,
Do alto de seus séculos,
As colinas, as árvores, os objetos
O assoalho, as vigas, os vencidos pelo tempo,
As paredes e os jardins observam-nos, quase silenciosamente.
Quase, apenas…
Ao alcance de nossas mãos
Há uma espada que manejamos
Contra a colheita indevida
Daquilo que, por amor, daríamos até o último grão.
Nosso território é onde plantamos o nosso coração.
E de lá sempre saímos vivos. Feridos e vivos.
E de lá não saímos. Mesmo quando não mais estivermos.
Em alguma parte do tempo,
Há um eu e você sendo extremamente felizes.
Juntos, falando de coisas que nos fazem sorrir.
É nisso que acredito.
É disso que me lembrarei quando
A memória me resgatar esse lugar,
A cada vez que eu pensar em, ou passar por ali.
Cuidem os que me leem:
De semear, qual café,
Em seu áureo ciclo,
A Vista Alegre de boas memórias.
É esse o propósito de nossas histórias.

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