Dos maliciosos
Erivelto Reis
Meu país é uma poça de lágrimas,
um cântaro de tristezas agudas,
de violência consentida;
de perversão pseudoreligiosa,
de moralidade de etiquetas,
de ética de proveta.
Meu país condena
seus professores ao escárnio, ao suicídio
e à depressão profunda...
A duvidar da própria capacidade
de pagar as contas e de prosseguir.
Meu país foi outrora,
meu país era outro,
meu país não comemoraria
a morte de inocentes,
não se curvaria aos ideais de maliciosos
milicianos...
Meu país é uma miragem
tornada mentira.
Meu país é uma verdade
de aberração e censuras,
de imprensa corrompida,
de conservadores que matam,
de gente preconceituosa,
que desdenha do que não conhece,
que insulta o que não entende.
Meu país é uma floresta
ardendo dia e noite,
um rio envenenado de ganância,
um estado de sítio permanente,
porque aprisiona, mata e afasta
aqueles que o libertariam.
Meu país é o pesadelo
dos sonhos da democracia.
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