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Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

domingo, 18 de fevereiro de 2018

Poema: "A INTERVENÇÃO COMEÇOU QUANDO:", de Erivelto Reis


A INTERVENÇÃO COMEÇOU QUANDO:
Erivelto Reis

A Escola foi abandonada à mingua,
O Professor teve sua importância relativizada,
Os políticos foram endeusados,
O serviço público, dilapidado,
E o servidor, satanizado.
A intervenção começou quando:
Deixaram de pagar o que deviam,
A Universidade sofreu tentativa de desmonte,
Os conchavos se alinharam,
Os bens públicos e os direitos adquiridos
Foram alvos de desmanche.
A intervenção começou quando:
Os que se sentaram à mesa de comando não sabiam comandar,
Mas eram simpáticos e subservientes aos interesses
Que os alçaram ao ponto, ao posto a que aspiravam.
A intervenção começou quando:
Os mais experientes assistiram a tudo,
Aguardando o expediente acabar...
Mas com a premissa de que sua experiência
Conferia-lhes status de não ter de responder a nada nem a ninguém.
A intervenção começou quando:
O patrão bem ou mal intencionado não quis valorizar e pagar o ordenado ao empregado,
O colocou ao rés do chão, ameaçado, amedrontado e humilhado.
Não é o general, não são os criminosos, os tanques e os traficantes:
Nem os milhares de problemas, nem os milhões de reclamantes...
A intervenção começou antes...
Não são os bilhões desviados,
Os direitos cerceados e os deveres renegados,
A propina, a criança abandonada, a cracolândia na esquina...
É a falta de respeito, de ética, de hombridade e honradez
Que elegem o mal como sina.
A intervenção começou quando:
Tínhamos horizontes e eles nos foram tirados.
Há medo, muito medo!
E isso não é segredo.
Ora a violência, ora a prepotência e a arrogância do poder,
E de quem pensa poder...
Relegam-nos ao degredo.
Com medo de o remédio ser veneno,
Exilados em nós mesmos,
E no país em que vivemos:
Perecemos.

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