Quem sou eu

Minha foto
Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

terça-feira, 22 de maio de 2018

Poema: "Vela", de Erivelto Reis


Vela
Erivelto Reis

Por que tanta vela acesa
Numa rua sem saída?
Cortejo
Esquarteja
Meio copo de cerveja...
O restante nem sobrou pra o santo
Atônito: vômito!
Pano branco sobre o corpo:
Sangue escorrendo em direção ao esgoto.
Violento fim.
Infância interrompida pelo meio,
Na história interrompida por alheio.
Meio retrato falado,
Desbotadas fotos nos porta-retratos.
Pra que tanta vela acesa
Pra que tanto grito de terror e revolta?!
É o desespero batendo palma na porta.
Thanatos:
Conhece tanto os ricos como os pobres,
Mas tem mais trabalho com os do segundo grupo:
Mesmo depois de mortos os pobres continuam dando lucro,
Sua existência é ir pulando de luto em luto.
Dobre do sino:
Silêncio, menino.
Essa a casa não é mais a moradia de seu pai...
Esse corpo não é mais a moradia de seu pai!
Você não tem mais a companhia de seu pai!
Por que tanta vela acesa
Numa rua sem saída?


Nenhum comentário:

Postar um comentário