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Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

sábado, 12 de maio de 2018

Poema: "Falenas", de Erivelto Reis


FALENAS
Erivelto Reis

Falésias,
Acidentes geográficos de toda ordem,
Ebulição de acontecimentos,
Num homem centrado,
Parado no tempo:
Causa e explicação de algo que deu muito errado.
Os burocratas dominaram o mundo,
Organizaram-no pra que deixasse de ser mundo,
Deixaram-nos mudos.
Com medo de tudo.
Tolos. Achamos graça e eficiência
Na maneira ordenada como
Arrancaram os espinhos
Que acompanhavam as flores.
Sem nos apercebermos que deixaram de cultivá-las,
Esperando que nascessem do nada...
Patentearam tristezas esparsas
Que  desencorajavam e descosturavam os amores.
Puídos ficamos todos.
As Dunas, desenhos que o vento faz,
Com o desencontro de seus caminhos,
Ele não faz mais.
A gente sofre e se resigna
Desacostuma-se das dunas.
Mas não se esquece dos horizontes.
Dura mesmo é a vida de quem vive só,
Das falenas, dos servis,
Dos omissos e dos que seguem rastros
Com o único propósito de apagá-los.
Falésias. Dunas. Cancro e amnésias.
Morte e suas peripécias.




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