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Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2020

Poema "Lacrimogêneo", de Erivelto Reis

Lacrimogêneo
Erivelto Reis

Todo dia uma bomba.
Dispersão,
Susto,
Tumulto,
Um insulto constante.
Corre, gente!
Morre gente.
À bala, doente,
Morrem direitos.
Especialidade da direita
É ruir direitos.
Lacrimosos,
Inalamos gás e pus,
Depois, medo!
(Já imaginou ter medo
De incerta gente que fala em nome de...)
Jesus!!!
E uma coragem
De entender e enfrentar
Um fundamentalismo
Penteboçal à talibã ...
Não sei se adianta
Publicar
Um novo stories no Instagram.
Ou escrever um poema,
(Mas é o que sei fazer!)
Ou promover um Slam,
De repente,
Tudo é bater de frente ou perecer
Ou desaparecer da timeline:
Um suicídio virtual
Cada vez mais corriqueiro
E habitual.
Enquanto o Le monde, o Times
E o Expresso, de Portugal
Noticiam o avanço
Do nosso retrocesso,
Consumimos Isordil e Gadernal
Para enfrentar o capitão do Mato,
O general, a depressão e o funeral
Do sonho de uma grande nação.
Todo dia uma bomba
De gás lacrimogêneo
Para intimidar atitude
E restringir o pensamento.
Esse foi o nosso passado,
Esse é o nosso hoje:
Fratura exposta
Bomba de Napalm,
Pra queimar tudo que é vital:
Democracia, Educação
Arte e qualquer atividade
Que requeira liberdade
E pluralismo de Cultura e de intelecto.
Nos agridem e ainda reprimem
Nosso protesto.
Tem gente que luta,
Tem gente que foge...
Todo dia uma bomba
De gás lacrimogêneo explode.

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