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Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

domingo, 30 de julho de 2023

"Sobre o cansaço escolar de hoje. Só de hoje", Texto de Erivelto Reis

 Quase nada nos separa da barbárie. Uma geração sem criatividade, sem empatia e sem responsabilidade afetiva se insinua nos meandros de tudo quanto já destruíram em termos de educação em nosso país. São hostis e estão em grande número. Sem formação, lastro cultural, capacidade mínima de leitura, escrita e interpretação, tornam-se agressivos quando impedidos de se esquivar de qualquer tarefa com o uso do celular, da internet para lhes dar uma maneira de se livrar da tarefa de responder sem ao menos ter de pensar na atividade ou em sua solução e eventuais aplicações. Repetem e repetem e repetem à exaustão ou o arremedo de vocabulário que insinua as rudezas de que se acham capazes e mantras niilistas, superficiais e jargões que, no tom com que falam e no movimento de seus corpos, auxiliam na mensagem de que nada que se ofereça é bem vindo, importante ou necessário - inclusive você - a não ser que decidam que é e por quanto tempo. Recusam-se a tarefas básicas como serem minimamente gentis e cordiais. Lidam com qualquer tipo de frustração com grosseria, desdém e atitudes e expressões passivo-agressivas. Alguns tentam desesperadamente aprender e construir algo com a experiência letiva, no que são constantemente atrapalhados, e quase suplicam para que não desistamos e enfrentemos a turba de gente pra quem a escola e os profissionais da educação não significam nada. Não é o cansaço de uma vida, de um bimestre, de uma semana... É o cansaço e a frustração de hoje. E na segunda começa tudo de novo.

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