Diocleciano hate the twins
Erivelto Reis
Vi dois meninos gêmeos passando...
Nunca saberei seus nomes,
Se Acta e Passio, se filhos de Teodata...
Reviravam o lixo, catavam latas!
Não estavam microcompreendendo nada.
Há pessoas que veem sem querer ver:
Uma lucidez cega.
Poderia ser um número de malabares,
Poderia ser a venda de uma cartela
De pastilhas de hortelã...
Que lembrança da infância
Terão esses garotos amanhã?!
A ingenuidade ruindo a cada nova necessidade
E a revolta sem volta contra a desigualdade...
Assim é a terra do nunca no mapa do GPS:
Nem craques, nem vapores
Nem artistas, nem professores...
A não ser que aconteça um milagre,
A infância não aprenderá a sonhar,
Não será doce...
Nem hoje, nem quando chegar setembro...
Agora é preciso consumir, produzir produto.
É com assombro que descubro:
Ninguém parece notar
Quer seja o martírio de infâncias,
Quer sejam as flores de um grande jambeiro,
Manchando o chão do mundo...
Impregnando tudo de vermelho rubro.
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