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Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

domingo, 4 de dezembro de 2011

Crônica: “CONGRATULATO DE CONGRATULATION”, de Erivelto Reis

“CONGRATULATO DE CONGRATULATION”
Erivelto Reis




Fim de ano chegando. Outra vez me encontro tentando ocupar os espaços em branco dos cartões de Natal que pretendo enviar, com algo um pouco mais criativo, do que a já famosa expressão: “Sinceros votos a você e sua família!”.

Prefiro usar frases mais elaboradas nos cartões e, sempre que possível, enviá-los acompanhando presentes. Presentes que passarei o ano seguinte, quase todo, pagando. Não me importa se mantive com determinada pessoa, um relacionamento de amizade sincera ou de forçada cordialidade: tasco-lhe um cartão e um presente! E a pessoa presenteada ficará surpresa de ser tão bem quista. Pois que não é! E as comemorações passarão, e de novo, nos toleraremos cordialmente. Se a pessoa em questão for um familiar, aí é que eu capricho no cartão e descuido um pouco do presente, já que toda família precisa ter o seu posto de “pau-duro” ocupado...

Preencho meus cartões, cuidadosamente, com frases como: “regozijai-vos de felicidade e alegria!”. Não é lindo?!... Ou ainda: “O meu mais sincero agradecimento!” Terá havido um agradecimento menos sincero?...

Ano passado um parente distante me enviou um cartão com uma frase incrível, que eu pretendo, inclusive, usar nos cartões que enviarei este ano. Ele escreveu: “Neste Natal, mesmo distante, congratulato de congratulation!!!”

Pelo número de exclamações, ele devia estar berrando quando escreveu isto. Na certa queria que eu o ouvisse daqui. Acredito que meu parente goste mesmo de mim. Mas não faço ideia  do que essa frase quer dizer. Há de ser coisa boa. Tomara!

Se você não gosta de escrever, ou não costuma escrever “pérolas” como esta; nem se endivida até a raiz do cabelo para comprar presentes, siga este conselho: seja feliz e faça alguém feliz! Não apenas neste fim de ano, mas em todos os dias da sua vida. Você já entendeu que o amor, a amizade o respeito e uma vida melhor, se conquistam através de gestos e palavras simples e sinceras que devem nos acompanhar todos os dias e não apenas nas festividades.

Você, que dedica à sua família, aos amigos, conhecidos e vizinhos um tratamento cordial e generoso, não precisa dar presentes. Você é o próprio presente! Com saúde e fé siga o seu caminho. E, quem sabe um dia, eu não lhe envie um cartão?





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