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Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

terça-feira, 21 de agosto de 2018

Poema: "O filho pródigo", de Erivelto Reis


O filho pródigo
Erivelto Reis
Para Gustavo e os seus iguais

Cada aluno que volta
É um filho pródigo.
E cada aula é um ato heroico
(Quando) um estado policialesco,
(Quando) administradores retrógrados,
(Quando) faltam investimento,
Interesse e argumento,
Que justifiquem o esquecimento.
(Escrevo “quando”, mas isso ocorre o tempo todo),
– Não com todo mundo, entretanto, o tempo tanto.
Dos valores que nos unem
Contra inimigos maiores
A educação seria o mais nobre.
Mas eis que vejo:
Alguns dos de meu próprio exército
Armados de sorrisos até os dentes
E gentilezas de confetes
Saudando o atraso que vendem como facilidade
E o caos que embala o sono de suas consciências
Entorpecidas.
Meus alunos, não esperem que nada seja fácil em vossas vidas!
O conforto é saber que lutaram por seus ideais
E que não sucumbiram a conveniências imorais.
Cada aluno que volta é um filho pródigo.
É um testemunho de vida.
Embora saibamos,
Dolorosa chamada de espaços vazios,
De desistências, de ausências,
De afetos em agonia, das desilusões
De nossos ancestrais:
Que há filhos que continuam sendo pródigos,
Mesmo se não voltam mais.

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