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Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Poema: "Cuidado! Cão falso!", de Erivelto Reis e "Hás de virar sabão quando chegar a hora", de Cícero César


Cuidado! Cão falso! [ parece o "cão chupando manga"]
Erivelto Reis

“Cão feroz”! Avisa a placa!
Os que não conhecem até se enganam!
Lambe os próprios textículos,
rosna para própria sombra
e abana o rabo para os poderosos.
De dia, ronrona, qual felino...
De noite, estranho em sua própria casa!
Ataca os que lhe dão comida,
apoio, amor e abrigo;
copula com a própria vaidade,
emite juízos-ganidos
rigorosíssimos contra os desafetos,
ostenta os títulos:
coleira de pedigree forjado que se autoconcedeu,
Cão misógino: assedia e gosta de humilhar.
Passa! Cachorro falso!
Dá voltas em torno de si mesmo,
lambe os próprios textículos,
vive sempre com a pulga atrás da orelha,
mastiga suas próprias fezes...
Vai arrumar sarna para se coçar.

Hás de virar sabão Quando chegar a hora
Cícero César

Hás de virar sabão Quando chegar a hora Hás de morrer feito um cão Com a língua pra fora As moscas em ti pousarão Depois irão embora Beijar a mais nova mão De um borra-botas Se o dono te der pancadas Daquelas que quebram as costelas Sejas um bom cão de guarda Redobres a sentinela Bebas das águas paradas Comas as sobras de muitas panelas E morras, sem saber que morrer não é nada E que viver é que são elas

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