Quem sou eu

Minha foto
Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

sexta-feira, 1 de novembro de 2019

Sonetos de Cícero César e Erivelto Reis dialogam


ESTE OCEANO SE PARTIU EM DOIS
Cícero César

Este oceano se partiu em dois
Este navio já tocou o chão
A tua voz se ergueu em vão

E o pior é o que vem depois:
Nosso algoz, acima de nós
Tira proveito da situação

O vento derrubou o cais
E à deriva vai a embarcação
Há dias que singram iguais
Aguenta firme, pobre coração

Cá estou fazendo um poema a mais
Pra abraçar a causa do irmão
Sem saúde, sem amor, sem paz
Aguenta firme, pobre coração



SONETO CABISBAIXO
Erivelto Reis

O coração já se afastou do cais...
E a razão estrangulou a aorta!
O oceano é raso pros boçais.

Extinguiram as preocupações formais,
Ancoraram-nos, fecharam-se portas.
Sabem de menos e podem demais!

O que nós fomos o tempo não comporta,
Transcende e une por laços vitais,
A amizade e o amor são as respostas,
Valores nobres: não morrem jamais.

Estou respondendo ao teu soneto-ilha
Sofrendo ao ver a água entrar no barco,
Meu porto-abrigo: amigos e família.
Receba neste, o meu fraterno abraço.

Nenhum comentário:

Postar um comentário