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Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

segunda-feira, 15 de março de 2021

Poema: "Spotify", de Erivelto Reis

 

Spotify

Erivelto Reis

A partir do mote de Cícero César

 

Uma profusão de agendas,

Pautas para todos os tons.

Cada um que chega

Não parece querer ser mais um poeta,

Cada um que chega não parece

Querer ser mais um irmão...

Parece querer possuir, recriar a poesia,

Parece querer requerer patente, recriar o som...

Há muralhas de cacos e diagramas,

Um mapa mental pra lugar algum,

Uma playlist de notórias lacunas.

Anônimas referências de qualquer ninguém

Dispersas por nenhuma parte.

Enxergar, ouvir e ler de fato o outro,

Suas incoerências e sua arte:

Hercúleas tarefas que quase ninguém faz!

Pode não haver nenhum filme inesquecível

Na Netflix do teu pensamento,

Uma ausência programada em série.

Eis que nada nos salvará da selva

Narcísica, egoica, agônica, tecnológica, voraz.


Existe uma história que só se conta em silêncio:

Não existe amor no Spotify!


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