Spotify
Erivelto Reis
A partir do mote de
Cícero César
Uma profusão de agendas,
Pautas para todos os tons.
Cada um que chega
Não parece querer ser mais um poeta,
Cada um que chega não parece
Querer ser mais um irmão...
Parece querer possuir, recriar a poesia,
Parece querer requerer patente, recriar o som...
Há muralhas de cacos e diagramas,
Um mapa mental pra lugar algum,
Uma playlist de notórias lacunas.
Anônimas referências de qualquer ninguém
Dispersas por nenhuma parte.
Enxergar, ouvir e ler de fato o outro,
Suas incoerências e sua arte:
Hercúleas tarefas que quase ninguém faz!
Pode não haver nenhum filme inesquecível
Na Netflix do teu pensamento,
Uma ausência programada em série.
Eis que nada nos salvará da selva
Narcísica, egoica,
agônica, tecnológica, voraz.
Existe uma história que só se conta em silêncio:
Não existe amor no Spotify!
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