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Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2019

"4.3", poema de Erivelto Reis


4. 3
Erivelto Reis

Cheguei a uma idade
que mais parece o número de
um capítulo de uma tese
sobre absolutamente ninguém.
A não ser que queiram tratar
de como é difícil ir perdendo
as pessoas pelo caminho
enquanto vai ficando mais
difícil manter alguém do seu lado.
Idiossincrasias,  cada dia uma nova,
e as velhas, cada vez menos levadas a sério.
Estou mais longe do dia em que nasci
do que do dia que haverei de estar no cemitério.
4.3
É a idade que dizem que tem o tal
do Erivelto Reis
Só os ingênuos acreditam nessa idade!
Na verdade, ele já nasceu velho.
Repete as mesmas três palavras
em todos os seu poemas,
tem insônia, herança cardíaca
duplicada de problemas...
Não há para onde fugir,
é o que a sua biografia nos sugere!
Vai ver ele já fugiu:
está escondido nas palavras
que escreve.





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