Quem sou eu

Minha foto
Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

sábado, 16 de fevereiro de 2019

Poema: "Cofre", de Erivelto Reis


Cofre
Erivelto Reis

Não me sento à vossa mesa,
não como de vossa comida,
não bebo de vossos licores,
não celebro vossa infâmia.
Fico longe.
Fico quieto.
Sei o horror que escondes.
Escapa de vossos lábios,
brota de vossas atitudes,
o mapa de vossas maldades.
Não me convides pra plateia,
não me peça pra aplaudir,
respeite a minha inteligência,
resguardes vossa dignidade.
O que fazes não tem sentido:
não tens a necessidade,
não tem a eficácia,
não tens o direito de fazer.
mas fazes, trator humano de insultos...
Não és inócuo, não és ingênuo,
ages com clara intenção.
daqui observo vosso salto
daqui observo vossas garras
abismo e vento em contrário
e usas asas que pertenceram a outros.
Pule mesmo, pule alto
(Pretendes planar sobre as águas)
vosso voo é um voo cego,
vosso voo é um voo de galo
E pensas que é voo de águia.
Não me sento à vossa mesa
Não bebo do cálice de teus licores
Não vos falta horizonte
O que vos falta são valores.

Nenhum comentário:

Postar um comentário