Sabujo
Erivelto Reis
Pelego
Que vende como eficiência
A sua pouca sapiência da disciplina
Que deveria ensinar e não ensina
Disfarçada na sua capacidade
De dissimulação e dissonância laboral
Que alardeia como símbolo de sua inteligência emocional.
Pelego
Que romantiza, com pitadas de humor infantil,
(Fingindo revelar um macete, contar um segredo)
A precarização salarial,
As péssimas condições de trabalho e o assédio moral
A que são submetidos os pelegos e os antipelegos
E sua falta de responsabilidade profissional
Em contos autorais em que este se destaca
E se autoproclama entre os maiorais.
Pelego
Que açula contra os bons profissionais
A sua horda de bajuladores mais boçais
E faz as lições pra eles, e lhes dá dicas valiosas
Que pretendem que comprovem quanto é mau
O desavisado desafeto de que espera se livrar
Emprestando trabalhos,
Interferindo e desvirtuando os procedimentos avaliativos
Assinalando as respostas nos livros e pdfs que fazem com
Que paspalhos antiéticos se passem por ultrajados cdfs.
Pelego
De olhar terno e fala suave
Que orientou demissões, que articulou gravações
Ilegais de seus colegas
E alardeia vitórias sem batalhas
Ombreado à súcia de covardes e canalhas
Alimenta-se das migalhas que lhe atiram os patrões
E dos aplausos de incautos e mandriões.
Pelego
No silêncio de sua consciência
No deserto de sua ética
Passa dia e noite, sem intervalo
E com a logomarca de seus patrocinadores,
A mesma novela patética.
Pelego: títere da própria queda.
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