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Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

quinta-feira, 3 de junho de 2010

SOMOS

SOMOS
Erivelto Reis
Somos tudo aquilo que desejamos ser!
Somos expressão verdadeira
Daquilo em que nós pensamos
E as coisas em que acreditamos,
(Frutos de nossa imaginação ou não!),
São, na verdade, ecos de esperanças e ressentimentos...
Somos o dom da vida em movimento!
Somos feitos de traumas, neuras,
manias, medos e outras hipocrisias.
Nosso aprendizado é inconsciente
e o nosso passado é sempre o culpado por nossos erros!
Não pertencemos a ninguém,
Quer seja por laços de amor ou remissão através da dor!
Carregamos o fardo do pecado sobre nossas cabeças.
Pecado que nada mais é,
do que o conjunto de nossas expectativas,
o medo de torná-las reais, ou a frustração
por tê-las realizado em momentos
pouco favoráveis!
Vivemos pregando aos outros
a liberdade que nos atemoriza...
Fingimos semear um amor que não nos redime,
porque não é verdadeiro!
Temos a tola precaução de adaptar o mundo
à nossa imagem e semelhança
e queremos, sempre,
que as pessoas façam aquilo que nos convém.
Somos reflexos no espelho invisível
de uma existência sem início, sem meio e sem fim...
Somos o dom de pensar e criar
fracionado em inúmeros sentidos.
Alguns aos quais nós desconhecemos
mesmo quando os praticamos e que,
mesmo sem entendê-los, estão lá...
porque alguém os pôs ali!
Somos espelhos que se quebram
e se dividem em milhões de novas imagens,
em milhões de novos reflexos...
Em milhões de novos pontos-de-vista!
Não somos carma, não somos cruz,
Não somos Cristo
A outra face que temos,
Está voltada pra dentro
E oferecê-la é muito mais que uma
Questão de fé!
Não somos emanações, encarnações,
ressurreição, reencarnação,
energia positiva ou negativa...
Não somos fanatismo,
nem sincretismo, nem ceticismo.
Não somos místicos, mitológicos,
atemporais ou anacrônicos...
Nem racionais, nem instintivos,
nem agnósticos, nem antagônicos...
Não somos célebres, nem plebe,
nem pobres, nem ricos.
Nem premonitórios, nem intuitivos,
nem contemporâneos, nem Primitivos!
Não somos capazes de viver unidos,
porquanto ainda não sabemos viver sós!
Somos expressão verdadeira
do que sentimos e cremos.
Até que um dia, sem mais nem menos,
por acaso ou por destino,
haveremos de deixar de existir!
Porque nós não sabemos
quem ou o quê somos,
mas aos poucos,
começamos a perceber
com clareza
o que não somos...

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