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Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

quinta-feira, 22 de julho de 2021

Texto: "MINISTRO DA EDUCAÇÃO: IRRESPONSÁVEL, OMISSO E CRIMINOSO", de Erivelto Reis

 

MINISTRO DA EDUCAÇÃO: IRRESPONSÁVEL, OMISSO E CRIMINOSO.  

 Erivelto Reis

 

            Notem que além do indisfarçável desprezo pela vida de professores/as, alunos/as, profissionais da educação e seus familiares, as premissas práticas de sua fala criminosa e desprezível não explicam quais investimentos serão feitos na segurança dos atores da vida escolar no ensino presencial. Antes, vergonhosamente, omite que o governo do qual faz parte não deu a mínima para a educação ou para a vida das pessoas. Além disso, considera a coexistência de ensino remoto e presencial sem qualquer tipo de remuneração para os profissionais da educação. Ou seja, depois de explorar nossos recursos por mais de um ano e meio e de 540.000 mortes de brasileiros e brasileiras, prepara-se para nos explorar ainda mais e nos expor a nos tornarmos agentes transmissores do vírus e de sua nova cepa e ainda açula prefeitos, governadores e a população contra a categoria, sob pretensa preocupação com o ensino das crianças e dos jovens. Poupe-nos de seu cinismo. VERGONHOSO DISCURSO.    

            Conheçam a realidade de uma escola pública no país para perceber que o governo quase nada fez em um ano e meio que garantisse minimamente as condições que diz prezar para o retorno ao ensino presencial, além da flagrante disposição de dobrar, triplicar a jornada de trabalho dos professores e professoras sem, no entanto, desembolsar um centavo a mais por isso ou que o governo do qual o senhor toma parte tenha investido um real sequer nessa modalidade híbrida que compensasse o que os profissionais da educação já fizeram do seu próprio bolso, ou facultasse equipamento e acesso virtual aos milhões de alunos/as brasileiros/as, sobretudo das camadas mais vulneráveis socialmente de nossa sociedade, ou haver comprado e distribuído a vacina quando foi o tempo correto já nos teria poupado da dor da perda de amigos, colegas de trabalho, familiares ou teria garantido cobertura vacinal e imunização para uma parcela bem mais ampla da população.

            Que há um "efeito devastador do fechamento das escolas" e evasão escolar todos sabemos. De quem é a responsabilidade? E o que os responsáveis fizeram em um ano e meio? Esses processos são fruto do gigantesco abismo social que a política de desemprego, violência, corrupção do governo do qual esse ministro faz parte tem implementado no Brasil.

Não joguem a responsabilidade mais uma vez nas costas do professor. A responsabilidade pelas coisas que Ministros, Governadores, prefeitos e secretários não fazem porque não têm competência ou interesse em fazer.

            Nesse período de pandemia, preocuparam-se em colocar mais um degrau rumo à privatização do ensino com o desmantelamento do ensino médio.

E nas grandes redes de TV, quem corrobora com o ministro, ainda que outrora tenha sido professor ou professora, há muito que se vendeu ao deus capital em troca de milhares de reais de conglomerados econômicos que querem se apropriar dos bilhões do FUNDEB ou daquilo que por direito deveria ser investido em educação pública, ou simplesmente de se ver afastado da sala de aula através de um cargo político com um nome "pomposo".

            Os coniventes são cinicamente constantes no assédio que seus superiores não fazem pessoalmente porque sabem que é crime e sempre respondem a questionamentos com "eu já estive no seu lugar e entendo que... porém, essas propostas, esses projetos precisam ser implementados".

            Mais uma vez ouve-se um discurso sujo. Ele parte do político e sua malta, da austeridade simulada, da hipocrisia dessas pessoas e seus asseclas, de quem não percebe que vai ser uber do vírus, da contaminação e da morte entre a sala de aula e seus familiares. Rodízio de alunos, distanciamento de um metro, álcool em gel, superfícies sanitizantes, intervalos para higienização, permanência da utilização de máscaras...

            Vão ver os diários on-line das prefeituras dos municípios dos grandes centros e das periferias e subúrbios, cinquenta alunos e alunas inscritos/as numa turma de sexto ano... nem presencialmente e sem pandemia esse modelo se sustentaria para desenvolvimento adequado dessas crianças... O que os professores e professoras realizam é um milagre de abnegação ante o horror, o despreparo e o descaso de prefeitos, secretários, governadores... além da odiosa conivência de determinados profissionais da educação...

            Há dias que não há papel higiênico nas escolas... internet, computadores, conectividade... esqueçam... Há dias em que os alunos revezam sapato, e camisa de uniforme (quando há) para poderem estudar... que dirá máscaras trocadas a cada duas horas... há dias em que os que podem e estão no presencial, por não reconhecerem na escola e nos profissionais qualquer motivo para admiração, cordialidade e respeito, ostensivamente recusam-se a seguir as medidas mais simples da civilidade ou da organização como cumprir horário, fazer as atividades ou um simples bom dia ao ingressar na aula, que dirá cumprir protocolos de saúde...

            MINISTRO DA EDUCAÇÃO, CÍNICO E CANALHA E OS, COMO ELE, defensores de um discurso e de práticas que mais uma vez vilanizam e diminuem os educadores e profissionais da educação e desviam o foco da incompetência, do desinteresse e do desprezo pela educação da população enquanto, sorrateiramente, empurram a educação pública para o controle dos grandes conglomerados econômicos. Criminosa é a sua atitude e a do governo do qual o senhor faz parte. Nojo e revolta.

 

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