Quem sou eu

Minha foto
Poeta - escritor - cronista - produtor cultural. Professor de Português e Literaturas. Especialista em Estudos Literários pela FEUC. Especialista em Literaturas Portuguesa e Africanas pela Faculdade de Letras da UFRJ. Mestre e Doutor em Literatura Portuguesa pela UFRJ. Nascido em Goiás, na cidade de Rio Verde. Casado. Pai de três filhos.

sexta-feira, 5 de junho de 2020

Poema: "Asfixia", por Erivelto Reis


Asfixia
Erivelto Reis

Porque é pobre
“É suspeito, esquisito”
Não existe explicação
Quando a cor da pele é o veredito.
“Acidente, sem querer, brincadeira”,
“Apelido”...
Não existe atenuante
Quando a sua motivação é o racismo.
É tragédia, é histórico, é fascismo
Eliminar o outro
Porque a cor da pele é o veredito
É asqueroso, inaceitável, incoerente!
Ninguém deve “passar pano”
Para um crime inaceitável.
Causar dor ao outro
Como se o outro não fosse humano.
Não é pela cultura, por vocabulário
Não é pela religião,
(essas que nem ao menos deu-se ao trabalho
de estudar ou conhecê-las)
É por maldade, por desrespeito.
Liberte-se dessas correntes,
Desses preconceitos, dessa violência
Desse palavreado doentio e obsoleto
Liberdade e igualdade
Não são “coisa de preto”
São coisas de toda gente
De qualquer um
Que tenha alguma consciência e respeito.
Mude o jeito, dê o exemplo
Comece a melhorar agora
Que a conta começa a ser paga
E ainda há de faltar tempo.
Não se omita e se meta,
Se a cor da pele preta
Se a cor preta da pele
Está encharcada de sangue,
Dor, sofrimento e pranto.
O DNA não nega
No Brasil e na América
É tudo preto no branco.
Aguarda, que vem o troco,
Falso moralista, racista,
Branco escroto.


Nenhum comentário:

Postar um comentário