Oriana
Erivelto Reis
Que depois de longa viagem
Eu, pássaro, pudesse
Pousar em teu colo.
Observar ainda as tuas mãos cansadas
Do artesanato, do tear
E do prantear diário
E estas pudessem amparar meu pouso.
Eu cantaria um trinado triste
Como forma de contar
Tudo o que vi sem você
E o que vi sem você maltrata e existe
Mesmo sem ser palpável...
E como um Xisto, corro risco de uma aventura
Em que o silêncio último prospere.
Eu te pediria que me espere...
Mesmo que você não ouvisse isto,
Que não entendesse meu pedido.
Sua ausência
Torna o mundo sem aroma,
Com um ruído
Que lembra alguém ao longe chamando
Um nome que se vai perdendo à distância
Como essência que some
Porque o medo e a solidão a consomem.
Pudesse me aninhar em teus braços...
Pudesse ruflar as asas
Pousar em teu coração feito casa...
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